EXCLUSIVO – Com o tema “Mulheres Seguras: Carreiras, Liderança e Inclusão”, a terceira edição do Sou Segura Summit, realizada nos dias 24 e 25 de junho, promoveu debates sobre diversidade, sustentabilidade e os impactos sociais e tecnológicos no setor de seguros. A programação incluiu discussões sobre equidade de gênero, saúde mental, inteligência artificial, assédio no ambiente de trabalho e desafios regulatórios.
O painel de abertura, “ESG em Foco: Lideranças Setoriais em Movimento para um Mercado mais Inclusivo”, abordou a Circular 666 da Susep, que estabelece diretrizes voltadas à sustentabilidade e inclusão. O superintendente da autarquia, Alessandro Octaviani, classificou a norma como um marco regulatório e destacou a necessidade de consolidar indicadores que permitam medir a efetividade das ações. Ele também anunciou a criação de um programa de educação financeira e securitária, em parceria com o Ministério da Educação, voltado ao ensino médio.
Simone Fávaro, 1ª vice-presidente do Sincor-SP, destacou as dificuldades enfrentadas por corretores no acesso a produtos e na comunicação com seguradoras. Ela defendeu investimentos em formação profissional e uma comunicação mais acessível ao público. Rafaela Barreda reforçou o papel das entidades do setor na promoção da educação e da inclusão. “A capacitação é o primeiro passo para ampliar oportunidades”, disse.
Luciana Dall’Agnol, superintendente de sustentabilidade da CNseg, apresentou dados que mostram que 54% da força de trabalho do setor é composta por mulheres, e que cerca de 80% das empresas têm programas de equidade de gênero. Apesar disso, ela apontou desigualdades persistentes, especialmente em cargos de liderança e nas faixas salariais. “O recorte racial revela uma disparidade ainda mais profunda”, afirmou.
O painel “O Silêncio que Dói: Assédio e Saúde Mental – Relatos Reais de Mulheres e a Conexão com a NR-1” reuniu relatos de executivas como Solange Guimarães (Sou Segura), Karina Uchôa (K Smart Business Solutions), Regiane Pellegrino (Avla Brasil) e Sandra Levandovski (BMS Group). Karina destacou que a nova redação da Norma Regulamentadora 1, ao incluir os riscos psicossociais, é uma ferramenta importante para a proteção da saúde mental no trabalho, “Conhecer seus direitos é também uma forma de proteção”, destaca. Sandra defendeu canais de denúncia confiáveis e capacitação das lideranças. Regiane reforçou a importância de ambientes seguros para que as vítimas possam buscar apoio.
A inteligência artificial foi tema do painel “IA no Seguro: Desafios, Oportunidades e o Caminho para o Protagonismo Feminino”. Valéria Chaves ressaltou que a tecnologia pode contribuir para a transformação do setor, desde que adotada de forma ética e regulada. Ela também defendeu maior participação feminina nas decisões relacionadas ao tema. Anna Bacelar, da Swiss Re, apresentou iniciativas da companhia na aplicação de IA em subscrição, sinistros e processos internos, e destacou programas de incentivo à presença feminina na área de tecnologia.
O painel “Você Está Pronta para a Vida Sem Crachá?” discutiu mudanças de carreira e novos conceitos de sucesso profissional. Executivas como Priscila Costa Russo, Camila Máximo, Aline Maia e Maristela Gorayb compartilharam experiências de transição para trajetórias mais alinhadas aos seus propósitos pessoais. A influenciadora Thalita de Jesus, do perfil “Oi, Chefinha”, provocou reflexões sobre amadurecimento profissional e ambientes corporativos tóxicos.
Nicholas Godoy em São Paulo