Ultima atualização 25 de janeiro

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Quais são as tendências do mercado de seguros para 2022?

Diminuição da burocracia, inovação nos meios de cobranças, open insurance e autosserviço são algumas das tendências do setor para o próximo ano

EXCLUSIVO – Quando falamos sobre proteção para pessoas e bens materiais as necessidades vão mudando a cada fase da vida. Com a pandemia da Covid-19, a digitalização dos negócios no mercado de seguros foi acelerada, o que fez com que o setor tivesse de se adaptar para oferecer soluções que atendessem aos novos hábitos de consumo. Além disso, houve diversas mudanças regulatórias promovidas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados). Portanto, quais seriam as principais tendências do mercado para 2022? Veja o que executivos do setor tem a dizer sobre cada uma delas:

Diminuição da burocracia

Muitas pessoas afirmam deixar de adquirir uma apólice de seguro pelo fato de ser um ser um processo burocrático. Algumas seguradoras mais tradicionais pecam nesse requisito, impondo uma série de complicações, o que é negativo para as empresas e para o setor, que acaba não aumentando o seu nível de penetração.

“O movimento de digitalização e desburocratização que tem marcado o setor bancário são tendências há algum tempo, e também se verificam em seguros, com as insurtechs e healthtechs. Para além do teleatendimento médico e teleorientação odontológica, as seguradoras trabalham para tornar as contratações e o relacionamento com clientes totalmente online, sem deixar para trás nenhum elo do segmento”, afirma Rodrigo Borges, superintendente Comercial e de Produtos Vida, Previdência e Ramos Elementares da Seguros Unimed.

Maior valorização do seguro de vida

Segundo dados da Susep, os seguros de vida registraram aumento de 14,6% no primeiro trimestre de 2021, em relação ao mesmo período de 2020. O produto oferece cobertura para morte, morte acidental e invalidez, além de cobrir também as despesas do funeral, médico-hospitalares e tratamento de doenças graves, como AVC, câncer e melanoma, insuficiência renal terminal e outros.

“Com a chegada da pandemia e a instabilidade socioeconômica trazida por ela, as pessoas se atentaram ao fato de que o seguro de vida não cobre apenas morte, mas também acidentes e outras eventualidades que ocorrem ao longo da vida. Acreditamos que essa tendência seguirá forte em 2022. Aqui também podemos apontar o seguro de vida como parte importante no planejamento das finanças da família, considerando os imprevistos em vida ou a proteção monetária familiar, em caso de morte do provedor da casa”, diz Borges

Open Insurance

Recentemente a primeira fase de implementação do Open Insurance entrou em operação, se estendendo até 30 de junho de 2022 e dando início ao compartilhamento de dados públicos sobre canais de atendimento e produtos de seguro, previdência complementar aberta e capitalização disponíveis para comercialização. O sistema irá garantir um acesso mais fácil para o consumidor aos produtos e serviços disponíveis no setor, criando condições mais favoráveis, por isso, continua como uma das tendências para 2022.

“Com a mudança no comando da Susep, algumas medidas devem ser reavaliadas, como as SISS (Sociedades Iniciadoras de Serviço de Seguro), mas não há dúvidas de que o Open Finance como um todo é uma grande oportunidade para conhecer melhor o consumidor e oferecer produtos customizáveis, de acordo com as suas demandas. Contudo, apesar de ser muito importante, o seu verdadeiro impacto em 2022 vai depender bastante de como o projeto irá andar ao longo dos próximos meses e da receptividade do público quando estiver totalmente operacional”, ressalta Flávio Otsuka, diretor de Marketing e Estratégia de Crescimento da Tokio Marine.

ESG

O ESG (Environmental, Social and Governance; ou Ambiental, Social e Governança, em tradução livre) são tendências no mundo todo e chegaram para mostrar que as empresas devem priorizar vários fatores além do lucro, como cuidar do meio ambiente, ter responsabilidade social e adotar melhores práticas de governança. De acordo com um estudo realizado pelo The Boston Consulting Group (BCG), as companhias que têm boas práticas nesses campos apresentam resultados melhores ao longo do tempo, e o conceito também pode ser critério de escolha dos investidores.

“O pilar ambiental da teoria ASG deve se sobressair em 2022 com o aumento da preocupação da sociedade com as mudanças climáticas e isso, certamente, terá impacto em nossos processos decisórios, tanto na parte de subscrição quanto de sinistros, assim como na seleção de parceiros/fornecedores e transição para energia limpa/redução das emissões”, diz Otsuka.

Autosserviço

A aceleração da digitalização foi alavancada pela pandemia, o que acabou trazendo maior autonomia para os consumidores e tornando desnecessária a necessidade de intermediários em diversos processos. No mercado de seguros, a prova viva dessa tendência foi a realização de vistorias e sinistros online, onde o próprio segurado envia a foto do imóvel ou de um acidente que ocasionou um amassado no automóvel.

“A demanda do consumidor e do corretor de seguros pelo autosserviço se consolidou na pandemia e certamente, no cenário pós-pandêmico, será mandatório às companhias ofertarem um leque cada vez maior de serviços à disposição de seus clientes. Interessante notar que os canais de autosserviço não se limitarão aos portais das Seguradoras, sendo importante a integração das companhias às redes sociais, como WhatsApp e Facebook”, afirma Renato Pedroso, CEO da Previsul Seguradora.

Inovação em cobrança

Desde novembro do ano passado, o Banco Central implementou o PIX como forma de pagamento. O modelo veio para transformar o mercado financeiro nacional, proporcionando mais agilidade em realizar pagamentos e transferências para qualquer pessoa e em qualquer lugar, além de diminuir os custos de transações bancárias, o que se caracteriza em tendências também para as empresas do mercado de seguros.

“A cobrança do seguro, que até pouco tempo atrás contava com opções de cobrança via débito em conta e boleto, ganhou opções importantes como a recorrência via cartão de crédito, além do PIX e débito em conta. Essa multiplicidade de meios de cobrança certamente tem ajudado o mercado securitário a avançar mesmo durante a pandemia, já que oportuniza a viabilidade da vigência imediata. A evolução e maior difusão do PIX no cenário pós-pandêmico certamente auxiliará na boa percepção da jornada de contratação pelo consumidor”, diz Pedroso.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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