Ultima atualização 01 de dezembro

Educação financeira e divulgação são desafios do seguro de crédito no Brasil

Executivos da Allianz Trade abordaram as dificuldades de expansão e funcionamento do produto durante workshop para a imprensa

EXCLUSIVO – Uma alternativa pouco conhecida pelas empresas, o seguro de crédito pode ajudar a reduzir custos operacionais e expandir os negócios com maior segurança. Para falar sobre o assunto, a Allianz Trade Brasil realizou um workshop para a imprensa especializada em seguros na manhã dessa quinta-feira, 1 de dezembro. Durante o evento, executivos da companhia abordaram o funcionamento do produto e os principais indicadores que seguradora acompanha.

Visando reforçar sua liderança no setor, em março deste ano a Euler Hermes se tornou a Allianz Trade e passou a integrar o Grupo Allianz. Segundo Marcel Farbelow, CEO da organização, a mudança trouxe benefícios para a companhia em termos de conscientização, desenvolvimento de negócios, crescimento e inovação. “Crescemos uma média de 24% por ano nos últimos seis anos. Nosso principal objetivo é educar o mercado sobre o seguro de crédito para que o produto cresça entre as empresas”.

O seguro de crédito, além de garantir a continuidade do negócio contra o não pagamento de dívidas de transações comerciais, assegura a indenização à empresa segurada (credor) que não receber os créditos concedidos a seus clientes (devedores). Ele pode ser contratado para vendas a prazo no mercado interno e para operações financiadas de exportação, sendo excluída a cobertura para vendas à empresas coligadas e públicas.

De acordo com Luciano Mendonça, diretor comercial da seguradora, o produto ajuda companhias a atuarem em mercados onde não há tanta estabilidade, funcionando como um óleo na engrenagem da economia. “Por melhor que seja o processo de produção, o produto vendido e a qualidade financeira do comprador, tudo isto está sujeito a situações futuras impossíveis de se prever e que afetam a probabilidade daquela venda ter seu pagamento na data prevista, ou até mesmo de uma empresa falir”.

O executivo afirmou que a Allianz Trade possui um banco de dados com informações de mais de 83 milhões empresas ao redor do mundo, o que auxilia no processo de análise de crédito e do risco que cada organização pode oferecer. “Com poucas informações, somos capazes de fazer a subscrição de acordo com cada business. O nosso marketshare é de 34% e em 2022 o loss ratio da companhia ficou em 8%, mantendo a saúde financeira da seguradora”.

Mendonça reforçou que a educação financeira e a divulgação do produto para empresas e corretores são alguns dos principais desafios da carteira. “Quando trazemos o corretor para entender o processo de análise desse produto, ele pode se interessar mais em distribuir a apólice. Com foco na capacitação dos parceiros, desenvolvemos o Allianz Trade Academy, um programa que visa aprofundar o conhecimento dos corretores que atuam no mercado B2B, dando as ferramentas necessárias para expandirem seus conhecimentos sobre o seguro de crédito”.

Rafael Guarento, superintendente de Risco de Crédito, explicou alguns fatores adicionais considerados no momento da avaliação de uma empresa. Segundo o executivo, a análise de risco setorial é um desses critérios, na qual é possível medir a condição econômica-financeira de um determinado setor, analisando a demanda, lucratividade, liquidez e ambiente de negócios. “Aqui no Brasil, monitoramos mais de 38 mil compradores, registrando 15 bilhões de euros em exposição. Observamos que o aumento da inadimplência é devido ao sufocamento de empresas que já não vinham bem antes da pandemia, e não conseguiram tantos incentivos do Governo. Isso só reforça a importância do seguro de crédito”.

De acordo com a companhia, as insolvências globais devem aumentar tanto em 2022 (10%) quanto em 2023 (19%). Já no Brasil, apesar da tendência de níveis baixos prolongados de insolvências neste ano, a expectativa é que este índice volte a subir em 2023. Para Felipe Tanus, diretor de Risco da seguradora, o PIB brasileiro deve crescer 1% no ano que vem. “O novo governo tem um lição de casa bem desafiadora, que é o teto de gastos. Por outro lado, o Lula tem uma aceitação forte no mercado internacional e isso é um ponto positivo para atrair investidores para o país”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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