Ultima atualização 27 de outubro

Metaverso pode ajudar na criação de novos seguros e melhorar atendimento ao cliente

Segundo um estudo da Capco, seguradoras devem começar a testar o Metaverso. Executivos comentam como a ferramenta pode impactar o setor

EXCLUSIVO – É fato que o Metaverso chegou para mudar a forma das pessoas e empresas interagirem online. Segundo dados da consultoria financeira Grayscale, em 2020, uma comunidade de 5 mil pessoas saltou para 50 mil em pouco mais de um ano. Nesse universo, os usuários podem interagir uns com os outros no trabalho, na escola e na vida social. O objetivo é que saiam do papel de observadores da realidade e façam parte dele. Em 2021, Mark Zuckerberg, fundador de uma das maiores organizações do mundo, o Facebook, anunciou que a rede social passaria a se chamar “Meta”.

Essa nova realidade já está impactando diversos setores, inclusive o mercado de seguros. De acordo com o estudo “Metaverso: Além do Ciclo da Moda”, realizado pela consultoria Capco, bancos e seguradoras devem começar a testar o Metaverso, que não pode mais ser ignorado. A pesquisa aponta que na plataforma as empresas poderão tirar dúvidas de clientes sobre produtos e criar uma “praça” em que consumidores discutam opções de investimentos e produtos com assessores ou avatares baseados em Inteligência Artificial, conversando e ajudando na avaliação das opções disponíveis.

Bruno Costa

Segundo o Gartner Group, estudos apontam que o Metaverso se consolidará até 2026 como um ambiente de geração de negócios e 30% das organizações terão produtos e serviços preparados para essa nova realidade. “Analisando o cenário atual e projetando para o futuro, o nível de imersão das pessoas tende a aumentar e o setor de seguros terá que se adaptar para essa nova forma de interação com seus consumidores”, afirma Bruno Costa, superintendente de Relacionamento e Experiência do Cliente do Grupo MAG.

Focando no mercado de seguros, o executivo acredita que a ferramenta poderá ocasionar um aumento substancial de sinistros relacionados à realidade virtual, gerando uma maior demanda para as seguradoras, assim como a segurança de dados será expandida e o seguro de riscos cibernéticos ganhará impulso. “Este novo universo dos ‘metaseguros’ envolve proteção de dados pessoais e corporativos, proteção de identidade, propriedades digitais e reputação da marca. Além disso, já estão surgindo os primeiros seguros contra acidentes domésticos causados por tecnologia imersiva e se discute seguros para NFT’s”. Costa ainda diz que isso irá gerar a criação de novos produtos e a conscientização para as pessoas protegerem seus bens digitais.

Fabio Dragone, diretor de Inovação, CRM e Digital do Grupo Bradesco Seguros, afirma que a empresa percebeu como pontos de atenção a necessidade de atualização tecnológica, a observação ainda mais cuidadosa em relação à privacidade e segurança de dados, assim como a capacidade do setor de proporcionar experiências fluidas e relevantes aos usuários em um ambiente virtualizado com o uso intensivo de analytics e UX. “Do ponto de vista do relacionamento com clientes e a experiência do consumidor, o Metaverso, quando se tornar convencional e acessível a todos, poderá contribuir para melhores experiências do cliente a partir de trocas interativas e personalizadas e, assim, atrair mais pessoas”.

Para Dragone, apesar de todo avanço tecnológico, manter a humanização dos processos é um grande diferencial, o que só é possível pelo trabalho desenvolvido pelos corretores. “A grande capacidade de imersão que o Metaverso proporciona irá beneficiar corretores e centrais de relacionamento que buscam novas formas de se relacionar com segurados, beneficiários e parceiros. Já está mais que provado que esses profissionais são o que mantém o nosso mercado vivo, pois somente eles sabem reconhecer as verdadeiras necessidades dos clientes e oferecem o produto adequado para cada consumidor”.

O estudo da Capco também apontou que além das novas possibilidades de interação e de um relacionamento mais próximo entre as instituições e os clientes, o Metaverso permitirá também a criação de produtos. Costa reforça que a ferramenta será um fator exponencial na quantidade de dados gerados, transações e informações comportamentais de cada um. “Sendo assim, poderemos criar modelos preditivos e ser mais assertivos, tornando possível personalizar cada vez mais apólices, preços e tendo um efeito imediato na experiência dos clientes na ponta e maximizando, em muito, a rentabilidade das seguradoras”.

Segundo o executivo, a MAG começou a estudar sobre o Metaverso em 2021 e neste ano formou uma frente junto com a PUC e o IRB para trabalhar estratégias focadas no potencial desse sistema. “Estamos com projetos em andamento para testarmos nossa entrada nesse universo, buscando de forma estratégica, melhorar nossa experiência com os clientes e buscar expandir nosso mercado”. O superintendente da companhia acredita que empresas que já investem em tecnologia e possuem um ecossistema mais desenvolvido para suportar integrações via API’s, trabalhando com blockchain e outras ferramentas, já largaram na frente dos seus concorrentes de forma natural.

Já na Bradesco Seguros, Dragone diz que diversas frentes de atuação da seguradora que miram em tecnologia e inovação, além de um grupo de trabalho focado especificamente do Metaverso, estão atentas para questões sobre o tema. “Acreditamos que o setor de seguros tem muito a se beneficiar com o novo universo tecnológico. O diferencial não será em usar ou não o Metaverso, mas sim como ele é usado e aplicado para aumentar as possibilidades de melhorar processos existentes, criar novos modelos de negócios e aprimorar a experiência do cliente”.

Costa finaliza dizendo que diferente de 2003, quando surgiu o Second Life, hoje as organizações têm mais poder computacional e tecnologias que antes eram embrionárias, o que fará diferença na experiência proposta para todos. “O Metaverso será a integração entre várias camadas dessa fragmentação que envolve: experiência, computação espacial, infraestrutura e outros. Se pensarmos nos avanços tecnológicos significativos nos próximos anos em Inteligência Artificial, 3D e Hardwares (como óculos VR, smartphones e etc), além da conectividade, com a chegada do 5G, conseguimos entender que tudo que foi criado, pensado e projetado nos trouxe até o momento atual”.

Nicole Fraga
Revista Apólice

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