Ultima atualização 14 de setembro

Insurtech deseja acelerar Inteligência de Dados no seguro rural

Picsel busca novos investidores e foca na contratação de capital intelectual para a ampliação de seus serviços

Embora o seguro seja uma ferramenta importantíssima para mitigar os mais diversos riscos, no campo, esse recurso ainda é pouco utilizado em decorrência de diversos fatores. Entre eles: produtos com baixo nível de atendimento às necessidades dos produtores rurais, alto custo mesmo após subvenção, carência de dados de risco das propriedades, dificuldades operacionais, poucos corretores e peritos especializados e ainda atuação limitada das companhias tradicionais. Para acelerar a mudança deste cenário, a Picsel, insurtech especializada no agronegócio, desenvolveu uma plataforma digital baseada em Inteligência Artificial para potencializar as contratações, gerando ainda mais confiança para as seguradoras e resseguradoras.

Com a ferramenta testada e validada em mais de 30 milhões de hectares monitorados no Brasil, a empresa quer avançar ainda mais na ampliação e desburocratização do seguro rural. Para isso, a insurtech anunciou que abrirá no início de 2023 uma nova rodada de investimentos, com foco comercial e contratação de capital intelectual. “A nossa plataforma continua em expansão e desenvolvimento. Os recursos que buscamos irão permitir a expansão para outras culturas agrícolas, a geração de novos produtos e outras modalidades de seguros, algo único e revolucionário no mercado de seguro rural”, diz Daniel Miquelluti, engenheiro agrônomo, doutor em economia aplicada e COO da organização.

A empresa nasceu no mundo acadêmico, em meio às pesquisas científicas avançadas. Parte do seu desenvolvimento inicial começou com o aporte de recursos feitos, em 2020, pela Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) no valor de R$ 212 mil. “Esse primeiro investimento nos permitiu dar o pontapé inicial para montar um algoritmo do estado da arte para a geração de dados, mensuração e precificação de risco agrícola, além da contratação de capital humano nas áreas de geotecnologia, modelagem agrometeorológica e data science”, destaca o executivo.

Com sua base estruturada, a insurtech recebeu em 2021 mais um aporte, dessa vez da Poli Angels, associação de investidores, empreendedores e empresários, fundada por ex-alunos da Poli-USP. Com o montante de R$ 384 mil, iniciou-se o desenvolvimento do front end na forma de uma solução WebApp, contando com a parceria da Inmetrics, uma das principais empresas de tecnologia do país, para aprimoramento da plataforma com foco na escalabilidade da operação, na segurança cibernética e na integração aos sistemas das seguradoras via API’s.

Por se mostrar uma startup com um modelo de negócio único e inovador e uma solução realmente disruptiva, a Picsel recebeu ainda um segundo e terceiro aporte da Fapesp, de R$1,5 milhão e R$ 1,1 milhão. “Todos estes recursos permitiram o aprimoramento tecnológico da plataforma. Se hoje temos uma equipes qualificada, com mestres e doutores compondo mais de 80% do nosso quadro, é graças aos investidores que acreditaram em nossa proposta de mudar o seguro rural”, destacou Miquelluti. “Agora estamos trabalhando em uma nova rodada de investimentos nos próximos meses para acelerar ainda mais o negócio”, acrescentou.

Benefícios da plataforma

Diferentemente da forma que ocorre hoje, onde utiliza-se majoritariamente dados municipalizados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) como base de informação, com a tecnologia da Picsel é possível ter mais detalhamento e precisão nos dados de risco das propriedades rurais. Devido a tecnologia usada pela empresa, a plataforma consegue gerar os seus próprios dados e qualificar cada risco de forma aprimorada.

Na prática, a insurtech permite que os seguros sejam customizados e a precificação seja proporcional ao risco de cada cliente. Para isso, utiliza imagens de diversos tipos de satélite com alta resolução, interligados aos dados climáticos, amostragem de solo, com especificação de genética de cada cultivar, alinhado ao manejo de cada produtor. Assim, compilam e montam uma série histórica de produtividade por fazenda, algo inédito no mercado. “Enquanto o setor tarifa todo mundo por igual, fazemos essa precificação de acordo com o risco de cada agricultor”, finaliza Miquelluti.

N.F.
Revista Apólice

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