A Gente Seguradora completa seu cinquentenário no dia 12 de março, tendo importante contribuição para o desenvolvimento do mercado de seguros. Sua constituição é fruto de uma política de livre iniciativa e livre concorrência para todos que culminou na quebra do direito cartorial, permitindo que qualquer empreendedor que atendesse aos requisitos técnicos e de capital pudesse ter uma seguradora.
Em 12 de março de 1972, o empresário Sergio Suslik Wais fundou o Gente Grupo Executivo de Seguros Ltda, que administrou durante 12 anos a Porto Seguro Companhia de Seguros Gerais no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, onde acumulou a função de diretor em parte desse período. Seu objetivo era atuar como seguradora independente, mas tinha como obstáculo o cerceamento do mercado, que operava por meio de concessões de cartas patente. “Esse documento, emitido pelo Ministro da Fazenda por delegação da Presidência da República, estabelecia quem tinha o direito àquela atividade, assim como os cartórios, por isso era conhecido como direito cartorial”, diz Sergio Wais.
O mercado segurador se reestruturou com o Decreto Lei 73/1966, que veio regulamentar a atividade e como se daria a constituição das empresas de seguros. Em 1973, foi criado um impedimento à concessão de novas autorizações de seguradoras, e houve um movimento de incentivo para fusões e incorporações que deu início a enormes grupos financeiros, que chegava a premiar as companhias que absorviam outras com empréstimos a juros de apenas 1% ao ano sem correção monetária. Os bancos usaram desse processo, incentivados pelo Governo, para acumular cartas patentes que depois vendiam a quem achassem que pudesse trabalhar na área de seguros ou bancos.
Em 1982, quando se findou esse período de impedimento, passou a valer o que se estabelecia no Decreto Lei 73 para a constituição de uma seguradora: capital mínimo, regiões para operar. E então Sergio protocolou na Susep (Superintendência de Seguros Privados), o primeiro pedido de autorização de uma seguradora.
Mesmo cumprindo todas as exigências, o pedido foi negado pelo Conselho Nacional de Seguros Privados, presidido pelo então Ministro da Fazenda Ernane Galvêas, porém o empresário entrou com mandado de segurança no Tribunal Federal de Recursos (TFR), que concedeu autorização por 21 votos a um. “Na reunião do CNSP que negou o pedido, o conselheiro Prof. Daniel Monteiro disse ao ministro Ernane Galvêas que o conselho não estava negando uma autorização para o empresário Sergio Wais, mas para todo e qualquer brasileiro que resolvesse empreender no país”, recorda. “Os grupos financeiros que já naquela época monopolizavam o setor e não tinham interesse nessa abertura de mercado. O fato de conseguirmos a autorização para operar possibilitou que outras pessoas tivessem a mesma pretensão de ter uma seguradora, e esse exemplo se estendeu para outros segmentos da economia”, enfatiza.
“O fim do sistema de cartas patentes tem uma importância muito grande, pois permitiu ao mercado uma oxigenação, criou o cenário que temos hoje, em que novos empresários podem vir investir seus recursos e fazer com que a atividade de seguros se desenvolva, gerando novas riquezas para o país, mais empregos, e benefícios ao consumidor, podendo baixar custos e atender melhor. Analisando que a participação do PIB no setor se seguros naquela época era de 1,2%, e agora é 6,7%, fica clara a importância dessa atuação”, frisa. “Pudemos dar mais transparência a essa atividade, abrindo-a para quem queira prestar serviço à sociedade com melhor qualidade, da melhor forma e dentro de regulação”.
A constituição da Gente Seguradora S.A. foi oficializada em 8 de abril de 1983. Solidamente estruturada e autorizada a funcionar pela Portaria Ministerial nº 215, de 28 de novembro de 1984, a empresa iniciou suas operações em 2 de janeiro de 1985, tornando-se hoje uma instituição de respeito no setor, com sucursais nas principais cidades do país.
Em decorrência desta decisão, em 27 de setembro de 1984, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul, Des. Adroaldo Furtado Fabrício, registrou o importante momento para a economia do Brasil, com o envio de cartão ao presidente da Gente Seguradora, destacando que “tua brilhante vitória prova quanto é importante acreditar com força e lutar com decisão pelo direito que se tem. Prova que certa dose de quixotismo é necessária, sobretudo diante da prepotência. Que as eminências pardas do poder paralelo e extra-legal não são invencíveis. E que ainda há juízes no Brasil, portanto, há esperança. Sinceras congratulações e grande abraço pela belíssima lição de fé e determinação”.
“Temos uma política voltada ao atendimento ao cliente. Estamos entre as principais seguradoras do país, e uma das melhores colocadas em automóvel. Propusemo-nos a ser uma seguradora de porte pequeno exatamente para atender com qualidade a todos os nossos clientes”, defende Marcelo Wais, vice-presidente da empresa.
A Gente Seguradora recebeu o 2º lugar do Prêmio Finanças Mais 2021, no segmento Seguros da categoria Seguros Auto. Também obteve o melhor conceito na Avaliação de Desempenho de Fornecedores realizada pela Federação das Indústrias do Estado do Rio Grande do Sul (FIERGS) referente aos serviços de seguro de veículos em análise ao segundo trimestre de 2021.
Confirmando as premiações, conforme os dados disponibilizados pela Susep, a Gente Seguradora registrou em novembro de 2021 a melhor margem de lucro entre companhias na modalidade automóvel que faturam acima de R$ 130 milhões. Com base nas estatísticas enviadas pelas seguradoras à Susep, no mês de dezembro de 2021, a empresa ocupa a 28ª posição na análise do lucro líquido das seguradoras.
“Meu pai costumava dizer: ‘quem não tem história não tem futuro’. Já se vão 50 anos de nossa história no setor de seguros, que culminou com a autorização de funcionamento da Gente Seguradora, e de tantas outras companhias que surgiram depois”, aponta Sergio Wais. “Após meio século, seguimos otimistas com a expectativa de retomada do crescimento econômico em 2022, acreditamos na ascendente potencialidade de mercado da Gente Seguradora, que já é observada, e mantemos a política de aprimorar constantemente as plataformas de negócios bem como desenvolver novos produtos, aprimorando o atendimento com novos meios de comunicação, sem perder o foco no ser humano, e utilizando a otimização que a inteligência artificial proporciona na automatização dos processos”, aponta o fundador.
N.F.
Revista Apólice