EXCLUSIVO – De acordo com dados da Fenaprevi (Federação Nacional de Previdência Privada e Vida), os prêmios e contribuições em previdência privada aberta cresceram 11,2% em 2021 quando comparados a 2020, superando o montante de R$ 138 bilhões. A captação bruta do mês de dezembro foi a maior do ano, alcançando R$ 15 bilhões. Os ativos chegaram a R$ 1,07 trilhão.
“A pandemia fez com que as pessoas percebessem a importância da proteção e do planejamento financeiro, e a previdência privada cumpre perfeitamente esse papel, pois acaba permitindo a acumulação gradual de recursos. Com essa acumulação, caso haja um momento de dificuldade, o cliente e seus beneficiários podem fazer a retirada desse recurso e utilizá-lo como um complemento da sua renda”, afirma Nelson Emiliano, vice-presidente da Comissão Atuarial da Fenaprevi.
Segundo as informações da entidade, os resgates aumentaram 25,2% no ano, somando R$ 103,4 bi no acumulado do ano. Deduzidos os resgates das contribuições, o setor obteve saldo de R$ 35 bilhões em captação líquida. Victor Bernardes, diretor de Vida e Previdência da SulAmérica, acredita que esse era um movimento esperado por todo o mercado. “Por essa razão, a seguradora criou, em agosto de 2020, o SOSPrev. Trata-se de uma assistência financeira com melhores condições de crédito para quem investe em previdência privada. Os participantes dos planos individuais PGBL e VGBL são elegíveis ao empréstimo. O valor máximo para contratação é de até 50% do valor da reserva, com uma taxa de 1,5% ao mês, sem análise de crédito e risco zero de negativação. Objetivo da ferramenta é dar suporte aos clientes da companhia em momentos de emergência pontual, preservando suas reservas”.
Dentre as opções de planos, a maioria escolhida pelos consumidores é o VGBL (90,9%); seguido pelo PGBL (8,4%) e os Tradicionais/outros (0,7%). A modalidade predominante é a de planos Individuais (88,6%), depois os Coletivos (9,8%) e também os para Menores (1,6%). Um dos motivos do VGBL ser o mais popular entre os clientes é o fato de a maior parte das declarações de Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF) serem realizadas no modelo simplificado, pois como ele é cobrado sobre a rentabilidade obtida em um produto VGBL, caso o participante faça um resgate, o montante correspondente ao valor investido será preservado.
Já o plano no modelo PGBL é indicado para quem faz declaração completa, com possibilidade de deduzir até 12% da Renda Bruta Anual. Além da alíquota de IRPF que pode chegar a 10% na tabela regressiva, ao optar por um plano de previdência PGBL, por exemplo, é possível ter o valor de imposto a pagar reduzido no momento da declaração anual.
Mauro Guadagnoli, superintendente comercial da Brasilprev, ressalta que o principal responsável por construir seu futuro financeiro é o próprio cidadão, mas trabalhar a educação financeira e promover seu desenvolvimento sustentável é dever do Estado e dos agentes do setor. “A educação é o caminho para que as pessoas entendam que a responsabilidade do futuro financeiro é delas. Aqui na Brasilprev nós desenvolvemos diversos projetos voltados para a conscientização da população, como o ‘Vida Na Ponta do Lápis’, no qual realizamos palestras sobre planejamento financeiro em escolas públicas de todo o Brasil. Isso ajuda com que cada vez mais brasileiros reconheçam a importância da previdência privada e estejam protegidos”.
Para Rodrigo Borges, head nacional da área Comercial e de Produtos de Vida, Previdência e Ramos Elementares da Seguros Unimed, Venda consultiva e gestão ativa do cliente são as principais tendências do mercado para os próximos anos. “Apesar de o consumidor ter muito acesso à informação, ele ainda precisa de uma orientação profissional diferenciada no caso da previdência privada, para que se entenda a realidade financeira do investidor e o produto mais indicado para cada perfil. Nesse sentido, para apoio à iniciação do tema Previdência, a empresa desenvolveu vídeos curtos, com base nas cinco perguntas mais buscadas no Google, explicando as principais informações sobre os produtos disponíveis no setor”.
Nicole Fraga
Revista Apólice