Depois da crise da Covid-19, que congelou as operações no primeiro semestre de 2020, o mercado de fusões e aquisições apresenta hoje uma das maiores taxas de crescimento dos últimos anos. O primeiro semestre de 2021 fechou com um total de 812 operações, o que representa um aumento de 98% no volume de transações. Foram investidos R$ 353 bilhões, valor 229,8% maior em relação ao mesmo período do ano passado.
Em 2020, já observávamos uma movimentação de fundos de private equity e investidores se preparando para fazer aquisições. O mercado veio aquecido de 2019, e a perspectiva era que houvesse um crescimento significativo em 2020.
Mas o início da pandemia da Covid-19 pegou o mercado de surpresa, e forçou uma pausa no movimento. No segundo trimestre de 2020, o número de transações sofreu uma queda pronunciada, que se manteve até julho. A situação completamente atípica de crise sanitária e econômica não foi suficiente, no entanto, para barrar o crescimento do mercado: 2020 registrou um crescimento em torno de 10% em relação ao número de transações de 2019. As taxas de juros caíram, o mercado apresentava uma liquidez significativa, o número de IPOs se multiplicou, e muitas empresas investiram na captação de recurso.
Tudo isso se reflete em 2021. Com o avanço da vacinação e a retomada gradual da vida econômica, começa a se vislumbrar um cenário mais animador em relação aos efeitos da crise da Covid-19. Hoje, uma gama de empresas com recursos já captados, que estavam represados por conta da pandemia, estão em preparação para, finalmente, investir.
Tal tendência se comprova em números. Em julho deste ano, o volume de fusões e aquisições já era maior que o registrado em 2020 inteiro. Em relação ao acumulado dos últimos 12 meses, o mercado apresentou um crescimento de 54,4% comparado com um ano atrás. Investidores nacionais predominaram, registrando 680 negócios (crescimento de 113,8%), enquanto investidores estrangeiros registraram 132 negócios (crescimento de 43,5%). Investidores estratégicos fizeram 504 transações, enquanto investidores financeiros apresentaram 308.
Para o ano, espera-se um crescimento significativo, da ordem de 25% em relação ao ano passado. O mercado se mostra diversificado, mas liderado por operações na área de Tecnologia da Informação (Internet & Comunicações), seguida pelas Instituições Financeiras e os Serviços de Saúde. Os inúmeros projetos de infraestrutura e privatização que estão saindo do papel, também assumiram uma posição relevante do final do ano passado para cá e tem grande representatividade nas transações de M&A de 2021.
Um mercado tão aquecido amplia a demanda por seguros de riscos transacionais. Serviços de consultoria de seguros e análise de risco ajudam a garantir que as transações sejam executadas de forma ágil, precisa e com os protocolos corretos de mitigação de riscos.
* Por Bruna Reis, líder da Prática de PEMA da Marsh Brasil