Ultima atualização 23 de setembro

Saúde suplementar registra estabilidade no número de beneficiários

Além disso, segundo informações divulgadas pela ANS, houve uma redução na proporção de leitos alocados exclusivamente para atendimento à Covid-19

A ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar) divulgou nesta quinta-feira, 23 de setembro, a edição de setembro do Boletim Covid-19 com dados sobre o impacto da pandemia de Covid-19 no setor de planos de saúde. Na edição deste mês, o boletim indica estabilidade no número de beneficiários, mantendo 48,4 milhões de vínculos em planos de assistência médica. Os dados são referentes ao mês de agosto de 2021 e mostram leve aumento na taxa de ocupação de leitos para atendimento à Covid-19, em relação ao mês anterior, enquanto o atendimento a demais procedimentos segue estável desde fevereiro de 2021.

Houve redução no valor de inadimplência de planos com preço preestabelecido, também em relação ao mês anterior, assim como nos percentuais de inadimplência para planos individuais/familiares e para coletivos. Entretanto, todos esses valores estão próximos de seus patamares históricos. A ANS também registrou queda no número de reclamações relacionadas à Covid-19, feitas nos canais de atendimento da entidade.

O informativo é divulgado mensalmente pela reguladora e reúne indicadores assistenciais e econômico-financeiros, coletados até agosto de 2021, junto a um conjunto de operadoras que representa 74% dos beneficiários de planos de assistência médica. O Boletim Covid da ANS também apresenta uma prévia do número de beneficiários em planos de assistência médica em agosto, além de dados sobre exames relacionados à Covid-19 realizados e as demandas dos consumidores registradas na Agência através de seus canais de atendimento.

Evolução de beneficiários

O número preliminar de beneficiários em planos de assistência médica no mês de agosto apresentou um crescimento de 0,17% em relação ao mês anterior e atingiu 48.446.444 usuários. Considerando o tipo de contratação do plano e a faixa etária do beneficiário, observa-se que a variação se mantém positiva para os beneficiários acima de 59 anos em todos os tipos de contratação no período de um ano.

Informações assistenciais

Em agosto, observa-se, novamente, uma redução expressiva na proporção de leitos alocados exclusivamente para atendimento à Covid-19 dos hospitais da amostra, chegando a 18%, após ter alcançado os índices mais altos observados desde o início desse monitoramento nos meses de março e abril de 2021 (49%). A taxa mensal geral de ocupação de leitos, que engloba leitos comuns e UTI, não sofreu alteração em relação a julho, se mantendo em 70% em agosto, e abaixo dos 72% observados em agosto de 2019 (período pré-pandemia). A comparação com o ano de 2020 não é adequada, uma vez que as medidas de enfrentamento da pandemia adotadas no ano passado provocaram queda na procura por cirurgias eletivas a partir de março de 2020.

A ocupação de leitos de UTI para atendimento à Covid-19 apresentou redução de 2 pontos percentuais em relação a julho (de 61% para 59%); já para os leitos comuns, houve aumento de 6 pontos percentuais (de 51% para 57%). A taxa de ocupação, tanto de leitos comuns como de UTI para demais procedimentos apresenta estabilidade desde fevereiro de 2021.

Desde o início da pandemia, houve uma redução na procura dos beneficiários por atendimento em pronto socorro que não geram internações, com queda mais acentuada em abril de 2020. Em agosto de 2021, o indicador apresentou aumento em relação ao mês anterior, mas permanece abaixo do patamar observado antes do início da pandemia (fevereiro de 2020). Quanto à procura por exames e terapias eletivas (Serviços de Apoio Diagnóstico Terapêutico – SADT), a emissão de autorizações para procedimentos de SADT em agosto cresceu 11,1% em relação a agosto de 2019 (pré-pandemia), o que aponta para um retorno da procura por exames e terapias eletivas, que sofreram redução expressiva ao longo do ano passado.

O custo da diária de internação com UTI para Covid-19 ficou 21,8% acima do custo para internação cirúrgica e o tempo de internação para Covid-19, com ou sem UTI, se manteve superior às internações clínica e cirúrgica.

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Exames relacionados à Covid-19

Em relação a exames para detecção da Covid-19, o Boletim indica que, após uma queda no mês de abril, o número de exames de RT-PCR voltou a subir em maio, somando 670.401. Em junho, o número caiu para 434.501. Também diminuiu o número de testes do tipo sorológico: foram 92.293 em maio e 50.247 em junho de 2021.

Cabe ressaltar que, em comparação com Boletins anteriores, números de competências passadas podem sofrer alteração. Isto porque exames ocorridos em determinado mês podem ser cobrados das operadoras nos meses subsequentes quando, somente então, serão enviados à ANS, conforme estabelecido no Padrão TISS.

Informações econômico-financeiras

Em relação aos indicadores econômico-financeiros, o boletim aponta uma queda no indicador de sinistralidade (mediana) entre julho e agosto deste ano (82% e 80%, respectivamente). Na prévia do indicador do 3º trimestre, a sinistralidade de caixa mostra pequena elevação em relação ao trimestre anterior de 2021, todavia patamar menor em relação ao mesmo trimestre de 2019 (pré-pandemia).

Ao se observar o agregado das operadoras do setor no DIOPS, detecta-se queda do resultado líquido no 2º trimestre de 2021 em relação ao montante do 1º trimestre de 2021, bem como patamar inferior ao verificado no 2º trimestre de 2019 (ano pré-pandemia). A análise dos dados indica que o resultado líquido menos favorável no 2º trimestre de 2021 foi concentrado em grupo de grandes operadoras médico-hospitalares. Até o momento, a mediana do resultado líquido do setor no 2º trimestre de 2021 indica manutenção de patamares superiores aos verificados em ano pré-pandemia. A ANS permanecerá monitoramento a evolução desses dados no setor.

Sobre inadimplência de planos com preço preestabelecido, em agosto de 2021, observa-se redução no valor de inadimplência de planos com preço preestabelecido se comparado com o mês anterior. Esse valor, assim como os percentuais de inadimplência para planos individuais/familiares e para coletivos, permanece próximo dos seus patamares históricos.

Demandas dos consumidores

Em agosto, houve queda no número de reclamações relacionadas à Covid-19 registradas nos canais de atendimento da ANS. Foram 769 reclamações no mês e 811 reclamações em julho deste ano. Ainda em comparação ao mês anterior, as reclamações relacionadas à cobertura para os exames diagnósticos da Covid-19 reduziram 2,5%, enquanto as demandas sobre outras assistências afetadas pela pandemia (cobertura para atendimentos e procedimentos não relacionados à Covid-19) reduziram 20,2%, aproximadamente. Já demandas não assistenciais sobre o tema apresentaram aumento de cerca de 10,1%.

Com relação a temas gerais e relacionados à Covid-19, foram registradas na Agência 18.307 reclamações, passíveis de mediação pelo instrumento da Notificação de Intermediação Preliminar (NIP). O número é 8,5% maior que o registrado em julho deste ano e 29,5% maior que o total de atendimentos feitos em agosto de 2020.

Ressalta-se que o dado apresentado considera os relatos de consumidores que cadastraram suas queixas na entidade, sem análise de mérito sobre eventual infração da operadora ou da administradora de benefícios à Lei 9.656/98 e seus normativos ou aos termos contratuais.

Importante destacar, também, que a intermediação de conflitos feita pela reguladora entre consumidores e operadoras tem resolvido mais de 90% dessas reclamações, demonstrando a eficiência do instrumento empregado pela ANS, mesmo em um momento atípico, em razão da pandemia da Covid-19.

N.F.
Revista Apólice

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