Muito esperado pelo mercado de seguros de O&G, a 17° rodada de concessão de novas bacias de exploração de petróleo e gás natural, adiada de 2020 para 2021 em razão da pandemia de Covid-19 e com o intuito de melhorar a atratividade e previsibilidade ao mercado, vai atrair centenas de players, como agentes de investimentos, exploração, transporte e armazenamento, construção, montagem eletromecânica dentre outros da cadeia.
Serão 96 blocos, divididos entre as bacias Potiguar, Campos, Santos e Pelotas além da possibilidade de se ofertar outros 32 blocos na bacia Pará/Maranhão.
Também haverá a transferência de direitos de exploração de dois blocos: Sépia e Atapu, que, somados, demandarão cerca de USD 29 bi em investimentos para quarto trimestre de 2021.

Mas é claro que o sucesso desses empreendimentos e efetiva atratividade das oportunidades no cenário atual no Brasil depende de termos contratuais (e das condições fiscais e de câmbio), que serão definidas no âmbito da licitação. Há ainda o debate no Congresso fatores como a mudança do regime de exploração do pré-sal (o mais cobiçado).
Além de todos esses fatores econômicos e políticos que nortearão o apetite dos investidores, há também uma grande correlação, para não dizer dependência, junto ao mercado de garantias e seguros.
Estamos falando de operações de altíssima complexidade, riscos inerentes dos mais variados que envolvem estruturas e equipamentos de grande porte, além de incontáveis profissionais.
A contratação de seguros dos mais variados produtos e coberturas é condição para o negócio existir, além de fornecer garantias financeiras e jurídicas às empresas e investidores. Além disso, estamos tratando de um setor com alto gral de regulação, e a não contratação de todas as garantias e seguros torna o investidor/operador inadimplente, ensejando, inclusive, a possibilidade de rescisão do contrato.
Muitas empresas balizam o “tamanho de seus seguros” a partir de uma análise de risco, que leva em conta a perda máxima aceitável em relação ao fluxo de caixa daquele ativo, sejam seguros de danos à propriedade, engenharia, produção, à terceiros, ambientais, equipamentos e instalações submarinas.
De acordo com a Superintendência de Seguros Privados, o volume de prêmio no mercado de seguros de petróleo foi de R$ 800 milhões nos últimos 12 meses e o prêmio médio anual foi de R$ 508 milhões nos últimos dez anos.
Aparentemente, os valores são consideráveis, porém o setor de O&G representa uma parcela pouco significativa no mercado de seguros, cerca de 0,72% do total de prêmios contratados nos últimos 12 meses.
Considerando esses números, fica muito óbvio que existe um mar de oportunidades e a certeza de um pujante crescimento do mercado de garantias financeiras, seguros e resseguros para todos os negócios correlatos ao setor de O&G.
* Por Alexandre Chamie, especialista em análise de riscos de PPP’s e concessões da corretora Galcorr