A cada dia a sociedade se mobiliza cada vez mais para buscar transparência nas relações e uma atuação sustentável. Não apenas como indivíduos, mas também como empresas, sejam elas públicas ou privadas. Ser socialmente responsável é ir além de discursos e ideias, estando engajado com um propósito que faça sentido ao indivíduo, ao coletivo, à humanidade e ao planeta. Quanto mais transparência temos com o compartilhamento de informações e opiniões, o que é bastante comum nos dias atuais, precisamos ser mais responsáveis e zeladores pelos nossos pensamentos, ideias e atitudes. Agir com sabedoria é também entender que há tempo, espaço e lugar para discussões de ideias. Mas o propósito precisa estar claro e acessível desde o início.
O advento da tecnologia, da computação em nuvem, das redes sociais e principalmente do acesso às informações de massa inflamou opiniões e exacerbou críticas, mas também trouxe inúmeros benefícios à sociedade atual. Viver sem estar digitalmente conectado poderia ser aceitável há menos de uma década. Hoje, já não conseguimos evoluir sem o auxílio da tecnologia.
A história não nos deixa mentir e também nos esclarece que tudo o que é novo pode ser muito bom e bem-vindo. Porém, não podemos nos esquecer de uma única e necessária condição: a de que os valores éticos acompanhem a chegada de tudo o que pode transformar a maneira como vivemos em sociedade. Afinal, a evolução visa um novo destino, mas o caminho que trilhamos até ele definirá, ao final da jornada, quem realmente somos.
Este cenário, então, vale para todas as frentes de atuação, inclusive a econômica. E por que não falar do setor da saúde? Afinal, cuidar de pessoas para viver bem, mais e melhor é algo que nos define como humanidade.
Sabemos que as complexidades e peculiaridades da saúde suplementar, e especificamente do segmento odontológico, fazem parte do ambiente de discussões que mantemos com o órgão regulador. Elas buscam aperfeiçoar a atuação das operadoras, não só propiciando o melhor resultado operacional, mas também a melhoria em todos os níveis de relacionamento.
Devemos garantir boas práticas de atuação para que possamos oferecer um serviço de qualidade à toda a população. Ampliar o acesso à saúde bucal é uma das premissas básicas dentro do contexto da odontologia suplementar. Nosso desafio é grande, mas também recompensador sob a ótica do futuro que estamos construindo como humanidade. Chegar às repostas certas nos faz trilhar um longo caminho. Porém, somente teremos as melhores respostas se fizermos as perguntas ideais.
É um trabalho igualmente complexo, de muita informação, formação e educação. A ANS, órgão com o qual atuamos de forma próxima, elaborou um Guia de Boas Práticas Regulatórias justamente para auxiliar nesta missão de efetividade da melhoria da regulação. No Sinog, a nossa missão está em disseminar ética, integração, comprometimento, determinação e difundir o conhecimento às operadoras odontológicas no País. Apesar dos nossos esforços refletirem no aumento na nossa cadeia de beneficiários a cada ano, apenas 12% da população brasileira possui cobertura de um plano odontológico. Os mais de 26 milhões de pessoas que se beneficiam, de forma preventiva, com a saúde bucal ainda é um número baixo para um país continental.
Para que possamos continuar neste crescimento será necessário evoluir em transparência e ética. Somos conscientes das mudanças necessárias em nosso segmento e é por isso que neste ano estaremos discutindo a ética e a transparência no Simplo.
Acreditamos que seja possível ampliar o acesso à saúde bucal, de forma mais clara e transparente. Neste contexto, precisamos nos fortalecer utilizando as novas frentes da tecnologia e amparados pela ética e transparência para que o segmento seja cada vez mais democrático, acessível e humanitário.
* Dr. Geraldo Almeida Lima é presidente do Sinog