Sudeste – A CNseg, em conjunto com a Swiss Re, realizou o Seminário de Riscos Ambiental, Social e Governança Corporativa (ASG) e Riscos Emergentes, em São Paulo. O gerente de Conduta de Mercado e Relações Internacionais da CNseg, Pedro Henrique Pinheiro, abriu o evento destacando a importância do tema, inclusive, em âmbito global, e a evolução dessa abordagem nos últimos anos. “Quando os Princípios para Sustentabilidade em Seguros (em inglês, PSI) foram lançados em 2012, o diagnóstico da Organização das Nações Unidas (ONU) constatou que os aspectos ambientais, sociais e de governança já faziam parte das decisões de subscrição de maneira informal. Mas para que seja efetiva, a integração desses aspectos exige que o subscritor desenvolva competências além das triviais. Envolve desafios legais e regulatórios e demanda conhecimento e dados que permitam compreender o risco em todos os seus campos de incidência”, afirmou Pedro.
Luciano Calheiros, country presidente do Grupo Swiss Re no Brasil e CEO da Swiss Re Corporate Solutions Brasil Seguros, deu início à programação do dia, introduzindo o quão importante e presente são as questões de sustentabilidade para a companhia. Tema desenvolvido a seguir pelo COO Latin America da Swiss Re, Luis Fabiano dos Santos, que apresentou o conceito de resiliência que dita a visão da empresa, em consonância aos 17 objetivos de desenvolvimento sustentável das Nações Unidas.
O Head Property & Engineering da Swiss Re Corporate Solutions no Brasil, Silvio Steinberg, trouxe outros exemplos práticos: “Criamos guias de como lidar com a sustentabilidade nos negócios, buscando o equilíbrio entre negócios e responsabilidades social e ética, tendo, basicamente, dois princípios/áreas de foco – direitos humanos e meio ambiente, e a criação de uma ferramenta de análise online de risco, que, só no ano passado, analisou 15 mil riscos no mundo.”
Para abordar “Riscos emergentes”, o evento contou com a participação do CFO & COO da Swiss Re para América Latina, Frederico Knapp, que destacou alguns deles, como os riscos que envolvem a água, a exemplo do ocorrido em São Paulo com a crise hídrica, a escassez do recurso em diversas regiões e as projeções preocupantes, que mostram que até 2025, 2/3 da população mundial terá problemas com abastecimento de água. Citou, também, os riscos da acumulação de dados em nuvens, a exemplo de vazamentos recentes em função de possíveis ataques cibernéticos, cada vez mais presentes. Segundo Knapp, um estudo da Cyber Risk Landscape aponta que, até 2020, 92% de todos os processamentos mundiais deverão ser feitos na nuvem.
Na segunda parte do evento, a presidente da Comissão de Sustentabilidade e Inovação da CNseg e diretora de Sustentabilidade da Mapfre Seguros, Fátima Lima comemorou a evolução da abordagem do tema no setor: “A sustentabilidade envolve aspectos sociais, de governança, ambientais e riscos cibernéticos. Importante entender como essas questões estão integradas aos nossos negócios.”
O encerramento ficou por conta da Superintendente de Acompanhamento de Conduta de Mercado da CNseg, Maria Elena Bidino. “O papel da CNseg de trazer essas discussões é fundamental, mas o papel mais importante é o das seguradoras e resseguradores, que colocam em prática os PSI – Princípios para Sustentabilidade em Seguros – no Brasil e no mundo. E é isso que vai fazer nosso país melhor de fato e ajudar a caminharmos para uma sociedade mais justa”, destacou Bidino.
Mais instrumentos para o setor
Durante o Seminário de Riscos ASG e Riscos Emergentes, a CNseg lançou o livreto “Sustentabilidade em Seguros”, que integra o Programa de Educação em Seguros promovido pela Confederação. A publicação aborda a função social do seguro como protagonista na agenda internacional da sustentabilidade em consonância com o PSI, da Organização das Nações Unidas (ONU). A nova publicação se encontra disponível para consulta gratuita no portal da CNseg.
O Programa de Educação em Seguros é composto por ações dirigidas a consumidores, poderes executivo, legislativo e judiciário, imprensa e entidades de defesa do consumidor. O objetivo é levar conhecimento estruturado e informações qualificadas sobre os seguros à sociedade em geral e fornecer informações a todos para ajudar na tomada de decisões, em relação à proteção de sua saúde e patrimônio, e à formação de pecúlios e renda.
Durante o evento foi apresentado, também, o “Relatório de Sustentabilidade do Setor de Seguros”, editado pela Confederação das Seguradoras.