A contratação de renda nos planos de previdência complementar ganhará um impulso com regras anunciadas pela Susep (Superintendência de Seguros Privados) no fim do ano passado, segundo seguradoras.
“A maioria dos clientes hoje opta por sacar todo o montante que acumulou, mas a tendência é que esse cenário comece a mudar neste ano”, afirma Paulo Valle, presidente da Brasilprev.
Entre as alterações estão a maior flexibilidade na hora de programar ou suspender os resgates, além da possibilidade de contratar renda sobre apenas uma parte do que foi acumulado.
“Antes, se o cliente possuía R$ 1 milhão e quisesse revertê-lo em pagamentos mensais, precisaria fazê-lo com 100% do saldo ou então optar por ir sacando aos poucos, manualmente”, afirma.
“Cerca de 1% dos clientes da Brasilprev hoje contratam renda. Nos Estados Unidos, isso é próximo a 10%. É difícil estimar em qual velocidade, mas vemos potencial para chegarmos a esse nível.”
Na Zurich Santander, o número de pessoas que optam pela contratação gira em torno de 3% e 4%, diz o presidente, Alfredo Lalia Neto.
“Estudos preliminares mostram que podemos dobrar essa porcentagem e chegar a até 10%, mas ainda falta testar soluções e fazer pesquisas de campo”, afirma.
“As mudanças na fase de acúmulo, como a possibilidade de criar produtos com mais renda variável, terão ainda mais apelo do que essa parte da desacumulação, mas tudo isso é um avanço.”
Fonte: Coluna Mercado Aberto, Folha de S.Paulo