Nos últimos 12 meses, uma média de 209 automóveis, caminhonetes, caminhonetas e utilitários foram roubados, por dia, no Estado de São Paulo, e outros 303 foram furtados. O mês de maio registrou 5.870 eventos, um crescimento de 5,65% no número de roubo, em comparação a abril. A modalidade furto apresentou uma alta ainda maior, 7,78%, em comparação ao mês anterior, totalizando 9.406 casos.
Os dados são do Boletim Econômico Tracker-Fecap de julho – uma parceria entre o Grupo Tracker e a Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado – que fez um estudo detalhado das ocorrências envolvendo automóveis, caminhonetes, caminhonetas e utilitários, no mês de maio, sendo expurgados todos os demais segmentos.
O documento foi elaborado com base nas informações disponíveis no site Transparência da Secretaria de Segurança Pública. “A SSP-SP divulga apenas os dados gerais de roubo e furto de veículos, por isso, Tracker e FECAP decidiram fazer uma análise mais profunda das informações disponíveis, segmento por segmento, para trazer para a população um cenário mais real”, revela o diretor comercial do Grupo, Rodrigo Abbud.
“Infelizmente, no Estado de São Paulo, essa indústria ilegal é bastante eficiente. A redução significativa do roubo e do furto de veículos não passa por soluções fáceis e triviais. As leis locais que procuram reduzir o crime nesse mercado são suficientes apenas por pouco tempo, pois os empresários do crime se adequam rapidamente, criam novas rotinas, locais e parcerias”, comenta o professor de Economia Erivaldo Costa Vieira, coordenador do NECON – Núcleo de Conjuntura Econômica da FECAP.
Roubo
Entre as cinco cidades com o maior número de roubos de automóveis, caminhonetes, caminhonetas e utilitários, três são do ABC.
Estado de São Paulo
Quase metade das ocorrências de roubo (48,01%) foi no período da noite, quando analisadas as ocorrências do Estado todo. A parte da manhã e da tarde têm comportamentos parecidos, 19,87% e 19,63%, respectivamente. Na capital, o comportamento dos bandidos é semelhante: 46,20% dos casos de roubo acontecem à noite, seguidos pela tarde (21,15%) e logo após pela manhã (20,82%).
A análise dos dados do site da Transparência da SSP-SP constatou também que os roubos no mês de maio, no Estado, ocorreram principalmente na via pública, 77,47%. Os roubos em residência representaram 6,07% dos eventos.
Entre os 20 modelos mais roubados, os seis primeiros se enquadram na categoria “carros populares”.
Com relação aos 20 bairros da capital paulista que registraram o maior número de ocorrências, no mês de maio, oito estão localizados na Zona Leste e sete na Zona Sul.
O Boletim Econômico Tracker-Fecap se preocupou em entender quais os logradouros mais perigosos da cidade de São Paulo, com relação a roubos, são eles:
Furto
Entre as cidades com alta incidência de furto de automóveis, caminhonetes, caminhonetas e utilitários, Campinas e Santo André são os destaques negativos, aparecem nas duas categorias, roubo e furto.
Já entre os bairros mais visados pelos criminosos, surgem áreas com grande concentração de empresas, escolas e faculdades.
As vias mais visadas para furto são Rua Alvinópolis, Avenida Sapopemba, Avenida Ragueb Chohfi e Avenida Presidente Wilson, todas localizadas na Zona Leste da cidade de São Paulo.
Os horários que mais ocorrem furtos são bem diferentes dos horários que os bandidos preferem praticar roubos. 28,98% dos furtos de automóveis e SUVs, em maio, no Estado, ocorreram pela manhã, 26,12% à noite e 21,09% à tarde. Na Capital, o cenário é parecido: 33,02% das ocorrências pela manhã, 25,40% à noite e 22,58% à tarde. “Muitos proprietários de carros populares estacionam seus veículos pela manhã em ruas próximas aos seus locais de trabalho e só retornam no final do dia. Neste intervalo, um bandido pode agir ‘tranquilamente’. Ele fica horas à frente da vítima e, consequentemente, da própria polícia, minimizando as possibilidades de recuperação e aumentando consideravelmente as chances de sucesso”, analisa o gerente de Operações do Grupo Tracker, Rodrigo Boutti.
Os furtos acontecem principalmente em vias públicas (64,76%), seguido por Residências (2,57%) e Comércios (2,35%).
Quanto aos TOP 20 modelos mais furtados no Estado, praticamente todos se enquadram em “carros populares”.
“Em nosso dia a dia, sabemos que a recuperação de um veículo é um jogo contra o relógio. O tempo existente entre o crime e o aviso às empresas de rastreamento e às autoridades competentes é um dos principais trunfos (se não o principal) para o sucesso de uma recuperação. Se providências forem tomadas rapidamente, uma grande parcela dos furtos perderá efetividade e talvez deixe de ser um bom negócio. E só assim, minando a eficiência, a lucratividade e gerando prejuízos aos bandidos é que poderemos combater essa verdadeira Economia do Crime,”, finaliza Boutti.
L.S.
Revista Apólice