Nos últimos dois anos, o número de brasileiros com acesso aos planos de saúde no Brasil caiu em 2,8 milhões: de 50,4 milhões em dezembro de 2014 para 47,6 milhões em janeiro de 2017, segundo dados divulgados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS). A queda acentuada no número de beneficiários está ligada a empregabilidade e a queda da renda do cidadão, que se viu obrigado a trocar os planos de saúde pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Mas num país onde o Governo gasta, em média, pouco mais de R$ 3 por dia com a saúde do brasileiro, a exclusão deste benefício é um grande risco a se correr.
Marluz Felipe Wichmann, diretor de operações e suporte da Bidon Corretora de Seguros, confirma que o ano de 2016 foi de sufoco em relação aos planos de saúde. “No ano passado, registramos bastante inadimplência e cancelamentos. Muitas empresas optaram em cancelar esse seguro para diminuir custos. Já em 2017, aos poucos a procura está voltando ao normal, mais ainda não está como era antes. No entanto, já comemoramos o crescimento em torno de 20%, em relação ao ano passado”, avalia.
Novidade à vista
Para o segundo semestre de 2017, a Bidon investirá em um sistema de multicálculo para cotações de planos de saúde rápidos. Em torno de dois minutos os franqueados poderão fazer o cálculo nas seguradoras e clínicas de saúde e informar o orçamento aos clientes. “A nova função será um grande diferencial e reverterá em muitas vendas desse serviço aos franqueados”, declara Wichmann.
A saúde pública no Brasil
Os planos de saúde são serviços almejados no Brasil. Segundo uma pesquisa de 2015 feita pelo Ibope a pedido do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS), 74% dos brasileiros que não possuem plano de saúde gostariam de ter. Não é difícil entender essa aspiração: apesar de os planos só atenderem um quarto da população, a disponibilidade de médicos no setor privado é três vezes maior do que no SUS, que também sofre com a falta de especialistas e longas esperas para atendimento, marcação de consultas e de exames.
Do total de usuários, cerca de 66% têm planos coletivos empresariais e 13% têm planos coletivos por adesão (ligados a associações profissionais ou sindicatos), enquanto menos de 20% têm planos individuais ou familiares. Por isso o aumento do desemprego tem impacto direto no setor. Além disso, alguns usuários alegam alta dos preços e insatisfação com a qualidade dos planos como motivo de cancelamento do serviço.
Wichmann pontua que é possível encontrar no mercado diversos tipos de planos de saúde, para todos os tipos de bolso. Por isso a necessidade de se informar sobre os serviços prestados. “De maneira geral, um seguro saúde individual pode ir de R$ 20 a R$ 2 mil mensalmente. Dependerá muito da idade e das coberturas que a pessoa quer contratar.”