Com o ambiente político e econômico desfavorável, obras essenciais para a infraestrutura e logística nacional estão sofrendo atrasos e podem acabar sendo canceladas. Em alguns casos, as seguradoras que entraram no começo dos projetos se recusam a prorrogar as apólices por perceberem um aumento na exposição ao risco.
Grandes obras podem precisar de várias seguradoras para garantir o risco. Se uma seguradora sai do projeto, o percentual dela de participação no seguro precisa ser reposto. Caso isso ocorra, é essencial ter uma abordagem de gerenciamento de risco do projeto para substituir a seguradora desistente.
O pacote de seguros é uma exigência contratual dos financiadores do projeto. Se as seguradoras não prorrogam as apólices, os proprietários das obras podem precisar renegociar o financiamento.
O mais provável é que alguma seguradora envolvida aceite o risco e prorrogue a apólice de seguro. Em caso de necessidade de prorrogação do pacote de seguros do projeto em função do atraso na entrega das obras, o trabalho de gerenciamento de risco é importante para evitar preços altos e coberturas restritas. Caso as condições financeiras para concluir o projeto sejam muito difíceis, pode acontecer de a obra ser interrompida.
O Brasil possui um grande passivo na área de infraestrutura e logística. O país continua a ter a necessidade de investir alto em rodovias, ferrovias, portos e aeroportos, mas a situação de continuidade das obras é desfavorável atualmente.
É provável que projetos sejam descontinuados em breve. Várias construtoras de infraestrutura estão com dificuldades financeiras. Por causa da Operação Lava Jato, elas não conseguiram novos contratos e algumas estão em recuperação judicial.
Sobre o autor
Clemens Freitag, diretor de Infraestrutura da consultoria em gestão de riscos, benefícios e capital humano e corretora de seguros Aon Brasil