“O mercado de seguros já está digitalizado. Isso já é uma realidade” – com essa afirmação, Guilhermo Bressane, head do setor de finanças da Google Brasil, iniciou a palestra sobre a relação entre tecnologia e clientes do mercado de seguros.
Com 168 milhões de smartphones, muitos brasileiros não conhecem o acesso à internet por outro meio que não sejam essas pequenas telas. Dados da Google compilados até agosto de 2016 mostram que 28% das pesquisas sobre seguros vêm desses aparelhos.
A internet é a maior fonte de informação para a decisão de compra de produtos. As buscas que são feitas diariamente são uma clara maneira de refletir a intenção real de compra desses consumidores. Tanto é que Bressane afirma que o aumento das buscas pelo termo auto no Google acompanha diretamente o aumento da contratação de seguro auto no País.
É preciso captar essa demanda. Fazer de sites de busca e outros meios de mídias sociais prateleiras digitais para os produtos disponíveis. A iniciativa pode vir dos corretores em canal próprio, das seguradoras direcionando os esforços para atingir os corretores ou mesmo de corretores e seguradoras atuando juntos.
Dino Braghi, head do mercado segurador da IBM, lembra que clientes novos trazem uma série de novas expectativas. “As gerações mais novas procuram produtos mais dinâmicos e que não exigem que se fale com ninguém durante o processo”, comentou.
Isso não quer dizer que os produtos precisam ser genéricos, pelo contrário. É preciso estar o tempo todo perto dele, em tempo real. Estar junto e entendê-lo. Visibilidade de 360 graus.
Para todos os processos, segurança. Essa é uma das maiores Preocupações das pessoas quando eles pensam no meio digital. Mas quando produtor, canal de vendas e clientes estão usando s ferramentas, é preciso acompanhar. Para o corretor, a certificação digital, assinatura digital, servem para que esses processos fiquem mais seguros. Se o meio digital pode ser manipulado, Mara Teresa Aarão afirmou que “é preciso mais tecnologia para criar documentos com a cobertura mais acertada para esses riscos”, defendeu.
Gerar provas de que um acordo está fechado pelo celular é fácil: vídeo, áudio são fatores que podem provar que a pessoa que concorda com o proposto é aquela com quem está se falando por meio de plataformas online, mas para decisões mais complexas, é necessário ter algo como a certificação digital.
Impacto de gerações
A principal questão antecede a tudo isso. Esse é um momento de choque de realidades entre as gerações que sequer sonhavam com a internet e aqueles que têm contato com ela desde cedo, alguns de berço. Um ponto chave, levantado por Rafael Caetano, diretor de Marketing, Canais Digitais e Vendas Online da Porto Seguro. “Nas novas gerações, ter não é relevante. O mais importante é ser. As experiências é que contam”, afirmou.
As gerações Y e Z têm pouca ou nenhum afinidade com o mercado de seguros. E eles dão boas ferramentas para os corretores de seguros trabalharem. Dados. Eles que estão nas redes sociais, cordial interagindo no mundo digital, podem ser acompanhados por posts no Facebook e estão mais acessíveis para que se construa uma relação.
Marcelo Blay, da comissão de tecnologia do Sincor-SP e da Minuto seguros, falou sobre sua experiência com a corretagem online e foi enfático em dizer que as pessoas não compram seguro online. Elas não finalizam a transação de forma online. “O atendimento humano não vai acabar as pessoas ainda valorizam muito isso”. Para ele o que falta é aproximação entre os players, pois o distanciamento entre seguradora e corretores é o mais prejudicial.
Amanda Cruz
Revista Apólice