Pouco usual e extremamente específico. Assim é denominado o seguro para partes do corpo, procurado na maioria das vezes pelas celebridades. A aquisição mais recente foi da cantora norte-americana Mariah Carey, que segundo o site TMZ contratou duas apólices de seguro, no valor de R$ 35 milhões cada, para proteger a voz e as pernas durante turnê europeia. Engana-se, porém, quem acha que a moda surgiu há pouco tempo. A primeira contratação deste tipo de proteção que se tem notícia aconteceu em 1950, quando a atriz Betty Grable assegurou as pernas por US$ 1 milhão.
No Brasil, a atriz Claudia Raia foi uma das pioneiras no assunto ao fazer o mesmo por R$ 1 milhão, em 1993, enquanto apresentava o espetáculo “Não Fuja da Raia”. Quatro anos depois foi a vez da então dançarina do É o Tchan, Carla Perez, assegurar os glúteos por R$ 2 milhões, feito realizado também por Valesca Popozuda (R$ 4 milhões) e pela modelo Renata Frisson, a Mulher Melão (R$ 1 milhão). Já as pernas da bailarina Ana Botafogo possuem um seguro mais modesto, no valor de R$ 40 mil.
Há ainda quem conte com seguro para todo o corpo, como é o caso do ator Daniel Craig, que abriu mão dos dublês na maior parte das cenas de ação de “007 Contra Spectre”. Os produtores do filme adquiriram uma apólice avaliada em US$ 10 milhões para o intérprete de James Bond.
“Os contratantes deste tipo de seguro geralmente são profissionais que usam alguma parte do corpo para a realização de seu trabalho e terão impacto econômico severo em caso de acidente com o membro utilizado”, explica Samy Hazan, diretor de Planejamento Estratégico e Affinity da Yasuda Marítima.
Personalizado, o produto faz parte da carteira de Acidentes Pessoais e tem o valor atribuído a partir de um cálculo que considera a média dos rendimentos mensais do contratante e o valor que ele deixaria de receber em caso de acidente com o membro segurado. Para adquirir a proteção, o segurado deve preencher uma proposta com questionamentos adicionais para que a seguradora realize a avaliação de risco. A Declaração de Saúde, neste caso, também é mais extensa e específica e deve trazer um histórico do membro a ser segurado.
“O Brasil tem pouco know-how de subscrição neste assunto e por aqui o produto é pouco difundido, então a avaliação para estabelecer o risco e a precificação acaba sendo feita pelas resseguradoras internacionais”, acrescenta Hazan.
Cifras milionárias
Da música ao esporte, confira quem já assegurou alguma parte do corpo.
Fernando Alonso
Em 2010, os polegares do piloto de Fórmula 1 foram assegurados em 10 milhões de euros
Guitarrista dos Rolling Stones tem as mãos avaliadas em R$ 3 milhões
Pernas da cantora contam com seguro no valor de R$ 2 milhões
Sorriso da atriz é assegurado em US$ 30 milhões
Rainha do pop contratou seguro para os seios por R$ 2 milhões
Em 2005, época em que atuava na Inter de Milão, o joelho direito do jogador liderava a lista de seguros mais altos da Itália: US$ 19 milhões
Língua do vocalista, baixista e fundador da banda Kiss conta com uma apólice de aproximadamente R$ 2 milhões (US$ 1 milhão)
Atriz, que atuou em mais de cem filmes e foi a primeira mulher a presidir a academia que concede o Oscar, tinha um seguro de US$ 28 mil para a cintura
R$ 12 milhões. Este é o valor do seguro contratado para as cordas vocais do cantor
Cantor, pianista, comediante e ator norte-americano teve o nariz assegurado por US$ 50 mil
Créditos fotos: Fernando Alonso (Andrew Ferraro, Pirelli), Keith Richards (MJ Kim, Getty Images), Julia Roberts (Frazer Harrison, Getty Images), Madonna (Reuters), Gene Simmons (Getty Images), Rod Stewart (Ethan Miller, Getty Images)
Lívia Sousa
Revista Apólice