A Orizon concluiu um levantamento sobre hipertensão no qual constatou que a faixa etária acima dos 50 anos concentra metade dos portadores da doença. O levantamento foi feito por dois anos seguidos. Em 2014, 47% dos hipertensos tinham mais de 50 anos, já no ano passado, o índice subiu para 52%.
A pesquisa também registrou leve variação na faixa entre 30 e 49 anos. Em 2014, eram 42% das pessoas nesta faixa etária com a doença, já em 2015, foram 39%. Em relação ao gênero, praticamente não houve variações entre os dois anos estudados, sendo 51% homens e 49% mulheres. Fizeram parte do estudo, 1.048.365 pacientes com hipertensão.
Isso acende um alerta para o mercado de saúde suplementar sobre prevenção. Essa doença, tão comum, aumenta os gastos com medicamentos e internações, além de procedimentos cirúrgicos que podem ser necessários, caso a enfermidade se agrave. “É necessário focar na prevenção e não somente no tratamento. Campanhas informativas e acompanhamento dos beneficiários seriam as medidas que o mercado poderia tomar para reverter o quadro”, comenta Rafael Oliveira Ramos, um dos analistas de Inteligência em saúde da empresa
“Essa é uma doença crônica, que deve ser tratada continuamente, porém muitas vezes o paciente interrompe o tratamento por acreditar que está melhor e não ter ciência de que é algo que não tem cura”, aponta Bárbara Lima Pereira, que também é analista de Inteligência em saúde.
O medicamento mais consumido para controlar a hipertensão foi o Captopril com 3%, seguido pelo Anlodipino e Losartana com 1% cada, em 2014. No ano passado, os três medicamentos ficaram com 1% das vendas cada um. “Pacientes com hipertensão ficam, em média, 6 dias internados em hospitais para tratar crises hipertensivas e consequências da doença”, revelaram os analistas.
Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte no Brasil com 350 mil óbitos todos os anos. Um dos principais fatores de risco é a hipertensão que controlada poderia evitar 57,5 mil mortes por ano por infartos e 63 mil óbitos anuais por AVCs. Na opinião dos analistas, pelo estresse do dia-a-dia e a falta de tempo, o paciente acaba não dando tanta importância para a doença e quando se dá conta, já atingiu um grau mais avançado ocasionando um tratamento mais complexo e consequentemente mais caro. Portanto, a tendência é que esses índices cresçam.
Amanda Cruz
Revista Apólice