Ultima atualização 03 de março

Mercado de seguros quer manter a resiliência

O ano de 2016 começa com renovações no mercado. Os novos presidentes, juntamente com suas diretorias, já foram empossados à frente das Federações e duas coisas são certas, diante do que foi dito no discurso de posse de cada uma delas: os projetos anteriores foram bem desenvolvidos e consolidados, mas o que precisar será mudado.d2f5b91ff09f50334aa1e9e893bab213

Leia mais sobre a cerimônia de posse

O setor que em 2015 foi responsável pela movimentação de R$ 364 bilhões e teve crescimento nominal de 11,4% e um crescimento real em 1,24% é também responsável pela discussão de assuntos importantes. A crise afeta a todos os setores e, embora o mercado de seguros tenha um impacto tardio, os danos poderão se agravar caso nada seja feito. “O setor de seguros mantém crescimento consistente, acima do nível da economia brasileira em geral. Essa resiliência é reflexo do comportamento do brasileiro de priorizar a proteção de sua saúde e de seu patrimônio”, acredita Coriolano. Mas, em um momento como esse, a reunião de líderes foi pautada pela discussão do panorama político e econômico. Crescer dois dígitos é a fala comum do setor, mesmo que agora o desafio seja maior.

O novo presidente da Fenaprevi, Edson Franco, aponta o desafio e a saída. Segundo ele, todos os segmentos sentem isso, mas o fato dos seguros de Vida e Previdência serem produtos de longo prazo pode ser benéfico. Para ele, talvez esse não seja o momento mais propício para fazer o lançamento de um produto, mas, no longo prazo, a mudança e renovação do portfólio podem se tornar trunfos importantes. “Em um primeiro momento, o impacto é em consumo, mas ao mesmo tempo as pessoas ficam mais prudentes. Agora, se o país não crescer e se continuarmos com desemprego, isso não é benéfico para nenhum setor da economia, nem o nosso. Ele tem um movimento contracíclico num primeiro momento, mas no longo prazo não”, alerta. A fala de Franco, apesar de um sinal amarelo, é também uma aposta na retomada, já que esse investimento fará que assim que o País melhore, o mercado esteja renovado.

Ainda sobre os produtos de previdência complementar, Coriolano assegura que o governo ainda não entendeu as novas propostas, tanto do Universal Life quanto do Previsaúde, e que isso tem dificultado uma aprovação mais rápida. “O VGBL Saúde, como é chamado, não é apenas um produto de acumulação previdenciário, mas a principal garantia de que as pessoas com idade avançada tenham recursos complementares para arcar com sue plano de saúde”, destacou Coriolano.

Apesar de a saúde ter um papel importante na vida de todos, especialmente dos idosos, estes não querem, e nem podem, ser vistos como fardos. Mais ativos do que nunca, a jornalista Miriam Leitão, que participou do primeiro painel do evento, cunhou como “talento maduro” aqueles que envelhecem, mas se mantêm ativos e interessados em desenvolver. Sem medo de pensar no futuro, ela destacou que “o Brasil irá realizar seu projeto de nação em um mundo complexo, conectado e multipolar, onde as potências médias, antes caladas, agora têm voz”, constatou. Potenciais como energias limpas e renováveis, como eólica e solar, pois o setor de energia é fundamental, mas as hidrelétricas ficam, aos poucos inviáveis.

Ademocracia, para ela, é a única saída para que o País retome seu rumo. “Nada pode ser melhor em uma ditadura”, afirmou para enfatizar que o País tem pouca tolerância com a corrupção e esse momento será decisivo para que novas diretrizes sejam tomadas. Esse é o melhor momento para falar de futuro.

Ainda que esse futuro tão esperado possa ser diferente, ele está sendo moldado não só pelos acontecimentos políticos e econômicos, mas também pelos inesperados casos de saúde pública, como o zika. Além de se preparar para riscos que podem ser previstos, como as crises econômicas e políticas, mais do que tudo é preciso se atentar para os riscos de baixa probabilidade e grande impacto, como os casos da barragem da Samarco e o mosquito que, ao que tudo indica, pode deixaruma geração de crianças com microcefalia se a doença continuar a se proliferar. Se é verdade que, mesmo com baixa probabilidade, todo dano que pode causar grandes tragédias deve ser prevenido, O Brasil tem muito dever de casa para fazer, já que o “risco de pandemia” é real, de acordo com subsecretário da subsecretaria de Vigilância em Saúde do Estado do Rio de Janeiro, Alexandre Chieppe, durante painel que abordou o assunto.

A falta de informações sobre a zika e a chikungunya torna quase impossível que desenhe um plano efetivo para o combate, o que vai sendo descoberto é preciso ser exposto para colaboração da população, o que é mito, boato deve ser combatido. Embora o impacto deva ser grande, dar o maior número de informações confiáveis e relevantes para os beneficiários deve ser uma medida imediata das seguradoras. Outra medida, já anunciada pela ANS, é que as operadoras ofereçam aos pacientes os testes para identificar a doença que, se feitos fora do plano podem custar de R$ 800,00 a R$2 mil.e21824c0b6e89c8a23cf58558aa1dbad

Com a presença do ministro do STF, Luís Roberto Barroso, o último painel discutiu de maneira efetiva o cenário político e econômico brasileiro se, por um lado, o primeiro painel, de Miriam Leitão, era realista com traços de otimismo, o encerramento foi realista com grandes doses de preocupação. O economista Gustavo Loyola, por exemplo, explica que o contexto é difícil para o Brasil por três razões: queda do preço das commodities, queda do crescimento global e depreciação do real.

“O caso é que Brasil praticou políticas erradas e tem problemas. estruturais. No curto prazo, o quadro tende a persistir pelos próximos anos. Não há como gerar medidas que possam trazer mudanças substantivas”. Por outro lado , Loyola diz q o pessimismo de empresários deve se agravar, especialmente pela taxa de desemprego.

O único setor que traz algo de positivo é o externo. Brasil não corre o risco de ter crise de pagamentos, a posição externa do país é sólida porque vai zerar o déficit existente.  No médio e longo prazo as reformas seriam fundamentais. Passado período em que o Brasil passava momento favorável por causa de commoditie mostra q o Brasil tem problemas estruturais q precisam mudar. “Economia com baixa produtividade, cheia de gargalos”.

Fernando Schuler, cientista político, destacou que a agenda de reforma estrutural. “Nós precisamos de uma reforma na estrutura política. É crise do modelo político que o país construiu, presidencialismo de coalizão e nós vivemos um esgotamento do modelo. Mais de dez por cento dos deputados vai trocar de partido”. Essa situação dificulta a chance de conseguir governar e compor uma maioria nas votações de interesse do país.

A última fala, feita pelo ministro, abarcou pontos importantes do cenário atual, como o processo de impeachment, recusado pelo STF, sobre o qual Barroso afirma que o procedimento adotado foi “seguir rigorosamente as regras do processo de 1992, contra Fernando Collor”, e completou dizendo que a dicotomia com que a política é abordada hoje no País não traz benefícios e que é urgente que a política eleitoral seja revista, o ministro é a favor do fim do voto proporcional, que faz com que os votos excedentes de um candidato vão para outro do seu partido, possibilitando que ele seja eleito sem que o cidadão tenha, efetivamente, votado nele e também citou a incompatibilidade existente nos financiamentos de campanha: “Impedir que uma mesma empresa apoie todos os candidatos evita que ela compre ou cobre favores futuros”, pontuou.

O encontro terminou no dia 27, com um breve despedida de Coriolano que se despediu das autoridades presente em nome de todos os novos comandantes das entidades contempladas no evento.

A cobertura completa você poderá conferir na edição 208 da Revista Apólice

Amanda Cruz
Revista Apólice

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