Em tempos de recessão econômica, pode ser grande a tentação de efetuar o resgate de planos de previdência privada para o pagamento das mais diversas despesas, que podem ir desde a reforma da casa até uma viagem que, de repente, teve custos maiores por conta da alta do dólar. No entanto, é importante ter consciência de que essa opção fará diferença no futuro, quando o contratante tiver a renda diminuída, entre outras limitações.
“A previdência privada é uma excelente ferramenta de disciplina financeira e irá fazer toda a diferença na vida de quem ganha mais do que o INSS paga na aposentadoria. Sem um plano adequado, alguém que se aposenta pode ter sua renda reduzida significativamente de um dia para o outro”, diz a diretora de Previdência e Vida Resgatável da Mapfre, Maristela Gorayb.
Para evitar um comprometimento futuro, a especialista dá dicas de planejamento financeiro, com a reserva de parte da renda mensal que tenha o objetivo de complementar os rendimentos no INSS nos próximos anos. Com um planejamento adequado, é possível evitar que decisões precipitadas ou impulsivas prejudiquem condições mais seguras nos próximos anos.
De acordo com a especialista, o primeiro passo para evitar o comprometimento de planos de previdência é organizar o orçamento para que os gastos mensais sejam sempre menores que os ganhos. Embora a receita já seja conhecida, vale ter atenção à lista de gastos supérfluos não percebidos no dia a dia, e que podem ser eliminados do orçamento. A busca de fontes alternativas de renda para complementar o orçamento pode ser outra opção a ser colocada em prática. Em seguida, é importante calcular o valor monetário dos sonhos a serem realizados, sejam de curto ou longo prazo. A quantia economizada por mês poderá ser destinada à realização desses objetivos ou, então, para suprir uma necessidade financeira gerada por um imprevisto.
“Para que o orçamento tenha equilíbrio, é importante contar com uma reserva para possíveis imprevistos. Se alguém gasta menos do que ganha e ainda consegue uma reserva, dificilmente precisará recorrer ao plano de previdência, que não deve ser encarado para questões do dia a dia”, explica Maristela.
Mas se o endividamento foi inevitável, há opções para que o equilíbrio seja novamente atingido sem comprometimento da previdência privada. Nesse caso, a prioridade deverá ser sanar a situação o mais rápido possível. Financiamentos não serão um problema desde que a totalidade das prestações caiba no orçamento. Frequentemente, o que se observa é que muitas pessoas veem isoladamente cada parcela a pagar e acabam perdendo a noção da soma de tudo que já está pagando.
Se as últimas compras e pagamentos resultaram na entrada do pagamento rotativo do cartão de crédito ou do cheque especial, uma alternativa pode ser utilizar o dinheiro poupado para sair da dívida, já que esse aporte livrará o devedor dos juros altos dessas modalidades. Até o dinheiro economizado na poupança pode ser uma opção. Dessa maneira, além de preservar os melhores rendimentos, não será preciso pagar o Imposto de Renda que incide sobre os resgates da previdência privada.
L.S.
Revista Apólice