A assessoria em seguros Swett & Crawford (S&C), da holding inglesa CGSC, concluiu sua terceira associação do ano ao assumir o controle da Casa do Corretor, atuante em Goiás e no Distrito Federal.
No ano passado, a CGSC anunciou um investimento para a América Latina de US$ 50 milhões, boa parte destinado à estruturação no Brasil de uma rede de distribuição. Essa rede está em constituição por meio da S&C com aquisições de assessorias em todo o País. Até o fim do ano, a S&C espera ter mais quatro empresas na rede. As assessorias fazem a intermediação entre corretores e seguradoras para distribuir seguros com a capilaridade e o suporte necessários.
O projeto começou a avançar em janeiro com a aquisição integral da JLD, atuante nas cidades industriais paulistas de Campinas, Sorocaba e São José dos Campos. Pouco depois, a S&C comunicou ter assumido o controle da ACMS, que transaciona prêmios de R$ 40 milhões por ano em Belo Horizonte (MG). Em paralelo, efetivou um acordo de distribuição com a GC do Brasil, que deu à S&C alcance sobre 100 municípios, a maioria deles no Sul e Centro Oeste.
Com o ingresso da Casa do Corretor na rede, a rede da S&C deve intermediar até o fim do ano R$ 1,2 bilhão em prêmios. “Ainda estamos consolidando a rede. O objetivo é não atrapalhar essas empresas e integrá-las aos poucos. Em paralelo, mapeamos as necessidades de cada região para depois criar seguros customizados e disponibilizá-los aos corretores”, explica o diretor da empresa, Augusto Brum.
De acordo com o executivo, os corretores da rede serão estimulados a buscar oportunidades fora dos nichos tradicionais com soluções da CGSC e também proteções ainda a ser desenvolvidas para setores negligenciados, como de logística, calçadista, moveleiro e agroindustrial.
A estratégia é disponibilizar a capacidade de resseguro da CGSC, que atua no sistema Lloyds. “Vamos dar capacidade de resseguro e diluir o risco e o custo dos negócios para as seguradoras”, explica Fábio Basilone, presidente da CGSC para o Brasil. Com a rede consolidada, a expectativa é gerar propostas em volume suficiente para tornar até coberturas recusadas interessantes para seguradoras e resseguradoras do Brasil ou do exterior. Essas coberturas serão convertidas em produtos de prateleira e disponibilizadas aos corretores.
Dessa forma, os 200 profissionais hoje assessorados pela Casa do Corretor, que distribuem essencialmente produtos de varejo, vão poder trabalhar com coberturas mais rentáveis. “Hoje não fazemos resseguro pela falta de produto, mesmo tendo demanda ocasional”, diz o sócio-diretor da empresa, Renner Fidelis.
O executivo, que continua no negócio como responsável pela operação local junto com os outros sócios, diz que Goiás e Distrito Federal abrigam parques industriais expressivos, com muitas empresas oriundas do Sudeste, que atuam por vezes sem proteção pela falta de seguros adequados. Ele cita o exemplo do parque moveleiro de Goiânia, negligenciado pelas seguradoras pela ausência de uma estrutura consistente de diluição de riscos.
A expectativa de Fidelis é ter em breve produtos para explorar esse e outros nichos, em especial no interior, onde a atuação só não é maior pela ausência de produtos específicos. “O agronegócio reserva oportunidades com a logística de grãos, de carne, o seguro de safra. A expectativa é ter produtos e massa de negócios para viabilizar essas oportunidades”, finaliza ele.
L.S.
Revista Apólice