Ultima atualização 13 de abril

A busca pelo equilíbrio entre as gerações

*Por Acacio Queiroz

Acacio Queiroz, chairman da Chubb Seguros 1

Vivemos um novo tempo, no qual o líder necessita de competências técnicas e habilidades emocionais para enfrentar riscos, ter persistência, alcançar resultados desafiadores, ser autoconfiante e automotivador, além de ser desenvolvedor de pessoas e fonte de energia para seu grupo. Hoje, o líder é aquele que entende a diversidade, faz com que seus colaboradores e parceiros cresçam e direciona os talentos individuais para o sucesso do time. Entretanto, lidar com profissionais de várias gerações e suas respectivas particularidades pode ainda ser um desafio para os gestores modernos. O mercado de trabalho atual engloba profissionais de uma larga faixa etária (dos 17 aos 70 anos), que se encaixam em diversos perfis — gerações tradicional, pós-guerra, X e Y. Já estão chegando as gerações Z e Alfa (símbolo), e em breve muitas outras.

Diante dessa realidade, o equilíbrio emocional é fator decisivo e imprescindível ao líder. Liderança não é uma questão técnica, mas de atitudes e posturas perante outros e perante si mesmo. Ser um líder implica saber administrar suas próprias emoções, ímpetos e deficiências — que podem ser suplementadas por meio de pessoas da equipe ou parceiros na vida pessoal. Isso requer elevada dose de autoconhecimento e, claro, experiência. Esse equilíbrio é conquistado através do bem-estar, da qualidade de vida e das boas relações familiares, que se refletem no dia a dia e servem como exemplo para todos da equipe.

A comunicação fluente e a interatividade entre os colaboradores são importantes ferramentas para obter a real percepção do potencial da equipe liderada. É fundamental para o sucesso de uma empresa que a comunicação seja praticada em todos os níveis, no sentido vertical e horizontal. Para tanto, o líder de hoje precisa ser flexível e estar próximo dos seus funcionários. O ideal é que não haja distância entre os diferentes níveis hierárquicos, o que permite compartilhar visões, experiências, desafios, conquistas e, consequentemente, comemorar juntos os objetivos atingidos.

Para alcançar o estado de prosperidade que buscamos, algumas etapas e passos devem ser seguidos: enfatizar que precisamos sempre trabalhar para conquistar algo; admitir os erros e estudá-los para não repeti-los; traçar metas com prioridades; adotar hábitos de planejamento; aprender a dizer não; abrir-se para o novo; sair de relacionamentos que não geram resultados; melhorar a qualidade de consumo, direcionando o tempo e dinheiro gastos. Outras dicas importantes são descomplicar, encurtar processos, usar o contato pessoal sempre que possível e tornar os objetivos claros.

Sim, porque problemas sempre existirão, e a liderança somente será valorizada – ou não – em momentos de crise. Por isso, durante essas etapas de dificuldade, adotar algumas regras e posturas ajuda o líder a lidar com o cenário. O gestor que se antecipa às próximas fases e identifica os desafios seguintes encontra mais e melhores recursos. Com uma equipe motivada pela ênfase dos acertos e o reconhecimento do esforço de todos, fica mais fácil passar por períodos conturbados.

Conhecer a equipe, por sua vez, é fundamental para liderar, com sucesso, colaboradores com características diversas. A geração tradicional, por exemplo, que engloba pessoas entre 65 e 85 anos, é uma geração sofrida, calejada por privações e guerras, o que acabou produzindo profissionais práticos e dedicados, que costumam permanecer por décadas na mesma empresa. Já a geração pós-guerra, os babyboomers (com idades entre 46 e 64 anos), é otimista, focada nos valores pessoais e age pelo consenso. A geração X demonstra uma preocupação maior pela qualidade de vida e é formada por pessoas entre 33 e 45 anos, que já estão familiarizadas com as tecnologias de comunicação e têm como foco a busca pelo equilíbrio entre vida profissional e pessoal. Estes profissionais enfrentaram grandes crises, são céticos, superprotetores e pregam a liberdade no trabalho e nas relações.

Já a geração Y, que nasceu na era digital e utiliza com desenvoltura a internet e ferramentas como as redes sociais, constitui hoje um dos principais desafios da liderança. É importante que as empresas conheçam a cultura dessa nova geração, uma vez que são novos cidadãos e novos consumidores que têm como principais características a impaciência, a elevada autoestima, a capacidade de realizar diversas tarefas ao mesmo tempo, o interesse em construir um mundo melhor e o costume de tratar seus superiores como colegas de turma. O líder desta nova geração deve entender qual o objetivo do jovem profissional, quais são seus planos e se estes estão de acordo com os valores da empresa. Para engajar estes jovens, que almejam a rápida ascensão, é importante oferecer oportunidades de vivenciar novas experiências, oferecer tempo para que eles conheçam novas áreas e atividades e reconhecer constantemente resultados por eles alcançados. Esta geração, que aceita e até prefere ser liderada por mais de uma pessoa, é a que mais demanda profissionais que saibam posicioná-la e extrair dela todo seu potencial.

* Formado em Economia, pós-graduado em Finanças e com especialização em Business nos Estados Unidos, Acacio Queiroz atua na Chubb há dez anos. O executivo  é Conselheiro de Administração Certificado pelo Instituto Brasileiro de Governança Corporativa (IBGC) e preside o Comitê de CEOs & Chairpersons da Câmara Americana em São Paulo. 

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