Ultima atualização 03 de junho

Mercado de resseguros está à caça de profissionais especializados

Por Alexandre Zuvela*

Alexandre Zuvela, sócio para a prática de Seguros na FesaO segmento de resseguros amplo no Brasil é relativamente novo: em 2007 foi aprovado o fim do monopólio do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e o mercado foi aberto para resseguradoras estrangeiras e locais. Desde então, cerca de 100 companhias foram criadas ou desembarcaram no País, nas modalidades locais, admitidas ou eventuais, que se diferenciam pelo tamanho de suas estruturas e formas de atuação. O interesse nesse mercado é tão grande que, recentemente, a Berkshire Hathaway, instituição financeira do megainvestidor norte-americano Warren Buffet, anunciou que já está autorizada pela Susep a operar como resseguradora eventual no País. O grande desafio do mercado agora é buscar executivos especializados no setor.
Em um mercado aberto há apenas sete anos, a oferta de executivos especializados é naturalmente menor do que a demanda efetiva. Assim, a área de resseguros se tornou atrativa para executivos de outros setores, alguns bem próximos – como os de seguros – e outros um pouco mais distantes, como instituições financeiras e empresas de meios de pagamentos.
Tais executivos, apesar de atraídos para o setor devido a sua visão de negócios bem apurada e seu perfil autodidata e relacional, ainda carecem de conhecimentos técnicos específicos.
Desta forma, a busca por executivos que reúnam, ao mesmo tempo, características técnicas e relacionais continua sendo um grande desafio, já que são características complementares e é mais comum um profissional ter apenas uma bem desenvolvida.
Como o País conta com pouquíssimos cursos superiores voltados para a área de resseguros e a maioria das formações específicas está no exterior, o gargalo tem sido exatamente a disponibilização do conhecimento para o desenvolvimento dos executivos.
Com isso, muitos profissionais têm buscado fora do país, através de cursos específicos ou treinamentos em escritórios internacionais das suas próprias empresas, uma complementação ou consolidação de seu conhecimento. Um estudo elaborado pela Fesa aponta que 30% dos entrevistados para processos seletivos em resseguradoras já fizeram cursos internacionais ou tiveram uma experiência internacional.  Esse é, sem dúvida, um diferencial bastante valorizado pelo segmento.
O mercado também entende esta carência de qualificação dos profissionais e já começam a surgir iniciativas do próprio setor neste sentido. A partir do segundo trimestre de 2014, os profissionais poderão fazer uma prova certificadora para atestar seus conhecimentos. Não se trata de uma certificação obrigatória, mas esta iniciativa da Fenaber e da Escola Nacional de Seguros (Funenseg) é uma ação importante para o nivelamento técnico no setor. Em nossa visão, em um curto espaço de tempo as empresas irão demandar cada vez mais executivos com tal certificação.

*Alexandre Zuvela é sócio para a prática de Seguros na Fesa, maior empresa de executive search do País.

T.C.
Revista Apólice

 

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