Ultima atualização 03 de abril

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População demonstra disposição para investir em seguro de Vida

Pesquisa realizada pela Swiss Re, atesta que 73% dos brasileiros tem desejo de contratar produtos de proteção

Analisando os seguros de vida e saúde na América Latina, pesquisa realizada pela Swiss Re constatou que o Brasil é responsável por 35% da lacuna de mortalidade do continente, ou seja, essa parte da população não possui cobertura de seguros. Argentina e México ocupam o segundo e terceiro lugar.
Isso demonstra que a cobertura desses segmentos ainda é deficitária, porém indica também uma grande oportunidade de investimento para as seguradoras, já que Brasil e México são os maiores mercados da região. Os resultados desse levantamento foram expostos nesta quarta-feira, 2, na palestra Bom Dia, realizada pela APTS, que recebeu executivos das seguradoras.
Embora esse gap pareça grande, Rolf Stiner, diretor voltado à cadeia de Saúde e Vida da companhia, explica que a análise feita por percentual da população pode dar a ideia que isso é maior do que é de fato, porque é preciso também analisar no modo individual como esses seguros são contratados.
Focando na sociedade brasileira, a falta de contratação, que abrange 44% da população, ocorre principalmente porque as pessoas acreditam que não podem custear o valor de uma apólice. Mesmo assim, 76% afirmam que gostariam de contratar produtos de proteção, especialmente se fossem voltados à cobertura de doenças graves e cuidados a longo prazo; menos de 10% que acreditam não haver necessidade de se obter um seguro. O interesse pelo setor é tão grande que os entrevistados afirmam que em caso de necessidade financeira o seguro de vida seria um dos últimos itens a serem cortados do orçamento, preferindo renunciar a gastos que consideram mais “supérfluos”, como custos com lazer, vida social, academia e até mesmo uma viagem de férias.
O custeamento de um tratamento de longo prazo é o maior desejo dos que responderam a pesquisa, porém isso ainda não é oferecido no Brasil. Por isso a população brasileira apresenta uma característica particular em relação ao que esperam de sua velhice, onde os tratamentos a longo prazo ocorrem com mais frequência. Os que poupam acreditam que, na falta do seguro, o valor economizado será suficiente para arcar com as despesas, os que não possuem poupança contam principalmente com a família e amigos para custear eventualidades.
Stiner acredita que esses são indicativos da apreciação e consciência de quem possui proteção. Portanto, a dificuldade de compra acontece não tanto pela precificação quanto pela falta de conhecimento das opções existentes nos portfólios. As pessoas têm meio que antes não possuíam para adquirir conhecimento sobre os produtos no mercado. A internet facilita a busca e é a fonte preferida de pesquisa, mas depois de obter as informações geralmente recorre a familiares e amigos para se certificar da decisão. Mesmo assim, a finalização da compra ainda exige o contato pessoal, pois essa interação traz os três fatores que os segurados em potencial mais levam em conta: condições claras, preço e reputação da seguradora.
Uma das barreiras detectadas é a subscrição desses riscos, para falar sobre isso André Azevedo, diretor executivo da Swiss Re, deu exemplos do que está sendo estudado para aumentar as ofertas de produtos que possam ajudar a diminuir essa lacuna.
Uma das ideias apresentadas seria implantar no Brasil um produto que traria a hierarquização das doenças adquiridas, ou seja, caso uma doença fosse descoberto em seu estágio inicial, o seguro indenizaria uma porcentagem do valor que o segurado adquiriu na compra da apólice e, assim, aumentaria o montante de acordo com o agravamento da doença. Isso ajudaria a baratear a contratação para o usuário e facilitaria a aceitação do risco pela seguradora. Essa modalidade já é oferecida em outros países.
“Pagar um seguro saúde depois de parar de trabalhar é muito caro e é isso que precisa ser explorado. É preciso pensar em formas de comercializar esse produto cedo”,  indica Azevedo. A pesquisa indica que, tendo um produto que lhes agrade, as pessoas estão dispostas a darem informações sobre seus estados de saúde. Portanto, angariar esses clientes está muito mais conectado com desenvolver alternativas de contratação simplificada, que mesmo com menor abrangência estejam mais aliados com as reais necessidades dos clientes.

Amanda Cruz / Revista Apólice

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