Segundo levantamento da Universidade Estadual do Rio de Janeiro baseado em dados do Sistema Único de Saúde (SUS), os gastos diretos com doenças crônicas e males decorrentes da obesidade superam R$ 3,5 bilhões ao ano em média, contabilizando somente atendimentos ambulatoriais e internações. No entanto, se as mesmas pessoas tratadas não tivessem excesso de peso e se houvesse ações efetivas de estímulo à prevenção, a economia poderia chegar a R$ 228 milhões.
No caso do diabetes, estima-se que 66% do custo total seria evitado, o equivalente a pouco mais de R$ 53 milhões. “O resultado revela o impacto negativo que a falta de cultura preventiva pode causar aos cofres públicos”, analisa Marília Ehl Barbosa, superintendente executiva da Aliança para a Saúde População (Asap).
A Asap defende o modelo de gestão de saúde populacional (GSP) como o caminho necessário para reverter esse cenário. E a iniciativa privada já dá o exemplo, com a adoção de programas focados na prevenção e no incentivo à mudança de hábitos entre funcionários e beneficiários. É o caso do Programa Idade Ativa da SulAmérica Saúde, concebido e administrado pela AxisMed, companhia especializada em práticas de GSP.
O programa foi aplicado por três anos em um grupo de 2.375 idosos, dos quais 57,6% tinham acima de 70 anos. Ao final, foram avaliados os resultados desse grupo na comparação com beneficiários que não haviam participado do programa. Enquanto no primeiro caso houve 15% de redução na quantidade de internações hospitalares, na outra amostra verificou-se um aumento de 155%. “São evidentes as vantagens do investimento em gestão e conscientização para a maior qualidade de vida da população e uma administração mais eficaz do dinheiro público”, conclui Marilia.
A.C.
Revista Apólice