O Paraná Banco apresentou lucro líquido de R$ 39,0 milhões no terceiro trimestre de 2012, 35,6% superior ao obtido no 2T12 e 58,4% maior do que o registrado no 3T11. Esse crescimento foi proporcionado pelo aumento da receita de juros, em virtude do grande volume de produção de crédito consignado no ano, e pela redução tanto nas despesas de provisão, fruto da manutenção da qualidade da carteira, quanto nos custos de captação, que acompanhou a queda da taxa básica de juros Selic. A participação do grupo segurador no resultado do Banco foi mais do que o dobro do registrado no trimestre anterior, totalizando R$ 9,5 milhões.
Na contramão do mercado, 2012 tem sido um ano de crescimento e rentabilidade para o Paraná Banco. A estratégia de manter-se com nível de Basiléia confortável, atualmente na marca dos 26,2% (15,2 p.p acima do limite de 11% estipulado pelo Banco Central), e de sustentar seus ativos através da captação de recursos compatíveis com a sua atividade e porte, não utilizando cessões de crédito desde 2008, mostrou-se coerente com a oportunidade de curto prazo criada com a vigência das resoluções 3.533 (alteração na contabilização das cessões de crédito) e 3.563 (maior necessidade de capital para operações de crédito consignado com prazo contratual superior a 60 meses). Nos nove meses de 2012, o Paraná Banco originou um volume recorde de créditos consignados de mais de R$ 1 bilhão, gerando um aumento no volume de receita de juros futura a apropriar, o que, somado a redução do custo de captação e da despesa com provisão, resultaram na elevação no trimestre de 2,7 p.p. do índice que mede a atividade bancária, a NIM (Margem Financeira Líquida). Para Cristiano Malucelli, presidente e diretor de RI da companhia, o estímulo a operação bancária no trimestre é reflexo do posicionamento do Banco de manter o crescimento sustentável. “Sabemos que para nos mantermos competitivos devemos buscar eficiência através do controle das despesas e automatização de processos. A manutenção da qualidade da nossa carteira de crédito combinada com o baixo custo e boa diversificação de funding são condições que julgamos essenciais para entregarmos crescimento sustentável”, afirma o executivo.
Prova disso é que somado ao aumento da rentabilidade, a carteira de crédito o Paraná Banco cresceu 24,7% em um período de 12 meses, encerrando setembro de 2012 com saldo de R$ 2,3 bilhões, enquanto o NPL (a relação entre créditos vencidos acima de 60 dias e a carteira total) regrediu 0,5 p.p. “A estabilidade dos índices de inadimplência ao longo de 2012 demonstra que a manutenção da qualidade dos ativos é um dos nossos direcionadores estratégicos, ainda, que aumentar a participação da carteira de middle market na carteira consolidada seja uma de nossas metas de longo prazo”, finaliza Malucelli. Na comparação de setembro de 2011 com setembro de 2012 a carteira de crédito de operações com empresas aumentou 23,7%. Este crescimento reflete o início das operações de repasse do BNDES em fevereiro de 2012, mas também a estratégia focada de atuação da Companhia nos estados do Paraná, onde o Grupo JMalucelli tem uma atuação intensa, e São Paulo, por meio de uma sinergia com a JMalucelli Seguradora.
O 3T12 foi marcado também pela estabilidade no saldo dos depósitos a prazo, refletindo a diferenciação dada pelo mercado a bancos de consignado após a crise do banco Cruzeiro do Sul, e pela primeira captação de letras financeiras realizada pelo Paraná Banco. Essa captação ocorreu diante do momento favorável propiciado pelo estímulo do Banco Central ao recolhimento de compulsório mediante aquisição de Letras Financeiras (LFs) de bancos de médio porte. Em setembro, o Paraná Banco captou R$ 50 milhões sob forma de LFs e em outubro mais R$ 240 milhões. Este instrumento apresenta tanto um prazo mais elevado quanto um custo mais competitivo comparativamente a outras fontes de funding.
No trimestre a participação do grupo segurador no resultado do Banco foi mais do que o dobro do registrado no trimestre anterior, atingindo o patamar de R$ 9,5 milhões. O aumento no lucro líquido do grupo segurador é decorrente da combinação de margem bruta maior, estabilidade nas despesas operacionais e melhora do resultado financeiro. O ambiente do mercado de seguros continua agressivo, mas ainda assim a JMalucelli Seguradora manteve a liderança tendo encerrado o acumulado dos nove meses de 2012 com 30,1% do mercado de seguro garantia. Isto é bastante representativo em um mercado que está aquecido em número de negócios, mas que decresce em volume de prêmios pela redução das taxas.
G.F.
Revista Apólice
