A Crédito y Caución, seguradora de crédito espanhola operadora do Grupo Atradius no Brasil, divulga o relatório Market Monitor: “Comercio de bienes de consume duraderos – comportamiento y perspectivas”, com uma análise do setor de bens de consumo duráveis em 11 países: Brasil, Bélgica, França, Alemanha, Holanda, Reino Unido, Estados Unidos, Irlanda, Itália, Espanha e México. Dada a exposição relativamente alta nesse setor, a Crédito y Caución mantém um acompanhamento constante, analisando regularmente a situação financeira das empresas, os índices de solvência, endividamento e rentabilidade.
Observando a relação de consumo de eletrodomésticos, móveis, eletrônicos, entretenimento e comunicações, em toda a Europa o setor está lidando com a tóxica combinação de alto custo de produção, menores margens de lucro e a alta competitividade com a menor demanda. Destaca-se também um perigo real de elevação da inflação, o que aumentaria por igual a pressão sobre os consumidores e o comércio. O cenário engloba o alto nível de desemprego, a limitação das receitas disponíveis devido às medidas de austeridade de governos, pressionando os varejistas e consumidores, e a relutância dos bancos em conceder empréstimos.
Na Holanda, os resultados do setor estão extremamente ligados ao mercado imobiliário, enquanto o relatório sobre a França destaca que nem o sucesso de novos produtos tecnológicos não supera o desgaste da participação de mercado de varejistas do segmento. A competição das vendas on-line é também um desafio ao comércio tradicional e um sinal para que os varejistas adaptem suas estratégias.
Na Alemanha, a demanda por bens de consumo duráveis está em crescimento saudável e nos Estados Unidos o aumento nas vendas de imóveis tende a impulsionar móveis e eletrodomésticos. Porém, em ambos os mercados, a inflação alavancada pelos preços de energia poderia dissuadir o consumo de bens duráveis.
No Brasil, o desempenho geral da economia do país e o aumento da renda familiar confirmam a condição de líder de mercado emergente. Há um forte crescimento nos indicadores de bens de consumo duráveis, que representa bom sinal para exportadores estrangeiros voltados para o Brasil.
Brasil – Manter o crescimento em 2012
Os bens de consumo duráveis registraram forte crescimento no final de 2011, que provavelmente continuará esse ano desde que se mantenham os bons resultados econômicos e não se materializem os riscos potenciais, como a crise econômica global.
Com base no crescimento do consumo privado, impulsionado pelo aumento na renda média e uma taxa de desemprego muito baixa, as vendas de bens de consumo duráveis não tiveram impacto com o aumento da inflação. Primeiro porque no Brasil esses produtos são vendidos em parcelas – no caso de produtos eletrônicos em até 24 vezes – e segundo, a redução do imposto sobre produtos industrializados (IPI), que permanece até o final de março, baixou os preços dos eletrodomésticos de linha branca desde o final de 2011.
A alta demanda interna também impulsiona as importações, graças à força do real e aos produtos asiáticos de baixo custo, sem causar pressões inflacionárias significativas. Contudo, os fabricantes nacionais tiveram impacto negativo por terem preços menos competitivos.
Para retenção de clientes, varejistas estão recorrendo a serviços financeiros, oferecendo cada vez mais cartões de crédito, seguros e títulos, e facilitando o pagamento de contas de serviço público nas lojas. Em relação à logística, as deficiências de infraestrutura limitam a gama de produtos disponíveis.
A competição dos três maiores players por participação de mercado no segmento de eletroeletrônicos domésticos é feroz. Além disso, as fusões no setor de varejo permitem maior investimento e expansão dos negócios, especialmente no Nordeste e nas cidades de Rio de Janeiro e São Paulo.
Revista Apólice área de seguros no Brasil
G.F.
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