Ultima atualização 20 de dezembro

Mercados emergentes continuam a atrair seguradoras globais

Os prêmios de seguro em mercados emergentes têm se expandido em 11% ao ano em termos reais na última década, em comparação com um crescimento de 1,3% nas economias industrializadas. A boa performance dos mercados emergentes deverá continuar na próxima década e está atraindo a atenção das seguradoras globais, que passam a acreditar que os mercados emergentes terão um crescimento lucrativo além dos já saturados mercados maduros.
“Devido ao seu tamanho, os países industrializados ainda são os principais contribuintes para os prêmios de seguros, mas os mercados emergentes estão se recuperando mais rapidamente”, analisa Oliver Futterknecht, co-autor do mais recente estudo sigma, publicado na terça-feira (20) pela Swiss Re. Em 2010, por exemplo, economias industrializadas contribuíram com US$ 120 bilhões em prêmios adicionais em termos nominais. A contribuição dos mercados emergentes chegou perto, com US$ 109 bilhões.
Países emergentes da Ásia e América Latina foram os que mais contribuíram para o crescimento dos prêmios dos mercados emergentes nos últimos dez anos. Muitos fatores têm impulsionado esse crescimento, incluindo o ambiente econômico, melhorias na regulamentação dos seguros, inovação de produtos e uma alavancagem de múltiplos canais de distribuição.
“O ambiente econômico saudável, com baixa inflação, teve um efeito positivo sobre o crescimento de prêmios de seguros na Ásia emergente e na América Latina”, disse Futterknecht. Além disso, em uma tentativa de estimular a concorrência saudável, certos mercados reduziram o envolvimento do Estado. Inovações de produtos também aceleraram o crescimento em alguns segmentos de seguros, como exemplo o microsseguro. O uso de múltiplos canais de distribuição também ajudou o seguro a alcançar um público mais amplo nos mercados emergentes.
Bancassurance, por exemplo, um conceito que era praticamente inexistente antes do ano 2000, ganhou importância em muitos países, especialmente para a distribuição de seguro de vida. Seu rápido crescimento tem sido impulsionado principalmente por reformas regulatórias nos principais mercados emergentes, incluindo China e Índia. “Na Índia, os prêmios de bancassurance respondiam por 22% dos prêmios de novos negócios para os players do setor privado em 2010. Com uma classe média crescente e mais de 70 mil agências bancárias, bancassurance na Índia tem muito espaço para expandir”, analisa Amit Kalra, co-autor do estudo.
Embora as seguradoras em mercados emergentes vejam a expansão dos prêmios, alcançar o crescimento lucrativo está longe de ser regra. Por exemplo, das cerca de 174 seguradoras de vida de mercados emergentes asiáticos e latino-americanos pesquisadas, 46% das seguradoras não apresentou lucros consistentes entre 2006 e 2009, e apenas 20% registraram margens de lucro de mais de 10%. No segmento de não-vida, 49% de todas as seguradoras registraram margens de subscrição negativa, com cerca de 36% das seguradoras de não-vida com margens na faixa de 0% a 10%.
Kalra observa que, “no setor de vida, as seguradoras nacionais e filiais estrangeiras e subsidiárias em geral, conseguiram uma melhor rentabilidade do que joint ventures. O sucesso de seguradoras de vida domésticas pode ser devido às suas redes de distribuição de grande porte, seus conhecimentos do mercado local e custos mais baixos, possivelmente resultante de economias de escala. Em comparação, muitas joint ventures têm apenas uma curta história operacionail e ainda incorrem em pesados custos iniciais”.

Jamille Niero
Revista Apólice

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