Ultima atualização 09 de novembro

Brasil é o centro do microsseguro no mundo

Produtos, preços e distribuição. Estas três palavras sao as mais importantes na formulação dos produtos de microsseguro e são elas que definem as suas chances de sucesso. Entre 8 e 10 de novembro, o Rio de Janeiro foi sede do grande evento organizado pela CNseg e a Munich Re Foundation, e reuniu 450 representantes de países que já possuem algumas experiência no tema, como Índia, África do Sul, Gana, ou de locais que pretendem implantar estes produtos, além de reguladores e interessados no tema.
Pesquisadores da Universidade da Geórgia, nos Estados Unidos, dividiram o palanque com membros da iniciativa privada e de entidades financiadoras de projetos, por exemplo.
A execução de projetos no País ainda esbarra na legislação. De acordo com o superintende da Susep, Luciano Portal Santanna, a nova legislação será apresentada ao CNSP em 29 de novembro. A partir daí, serão aguardadas as regulamentações necessárias para a efetiva execução da norma para criação de seguradoras especializadas em microsseguro. Elas poderão ser criadas com aporte de capital de apenas R$ 600 mil. “Nossa preocupação é em relação à distribuição dos produtos. Devera ser criada a figura do corretor de microsseguro, que será uma pessoa com perfil da comunidade, habilitado para a venda”.
O superintendente ressaltou que o desafio do setor é tornar o mercado de microsseguro extremamente simples e transparente, para o fácil entendimento do consumidor.
O presidente da CNseg, Jorge Hilário Gouveia, ressaltou que mais de 145 milhões de pessoas no mundo já possuem algum tipo de microsseguro, e o público potencial é de mais de meio bilhão de pessoas. “No mundo é comum a participação dos governos no subsidio dos prêmios de seguro. Aqui, não será desta forma”. Por isso, o mercado terá que buscar experiências de sucesso e, acima de tudo, eficiência para competir.
Atualmente, 10 seguradoras participam do projeto da CNseg “Estou Seguro”, que leva produtos a baixo custo para os moradores do Morro Dona Marta, no Rio de Janeiro. São 5 mil pessoas de publico potencial, porém o objetivo é descobrir um meio de oferecer produtos lucrativos para as empresas e quem tragam vantagens sociais para os consumidores.
O modelo brasileiro se diferencia do resto do mundo por suas características peculiares. Segundo o diretor executivo da Bradesco Seguros, Eugênio Velasques, na experiências da Índia e da África, por exemplo, o microsseguro substitui programas sociais e recebe subvenção dos governos. “No Brasil, entretanto, há varias políticas de publicas e o microsseguro terá um caráter complementar e não substitutivo”. Além disso, ainda há o entrave da comunicação. O mercado ainda não desenvolveu mecanismos de divulgação de seus produtos de proteção social, mas terá que investir em um novo sistema. O mais importante é deixar claro que o microsseguro é um instrumento de inclusão social”, reitera Velasques.
Apesar de ainda não estar regulamentado no Brasil, ja existem iniciativas de produtos em algumas comunidades específicas. A Bradesco comercializa produtos de baixo tíquete no Morro Dona Marta. A Zurich apresentou na Conferência sua experiência de distribuição de seguros populares em parceria com o Instituto Palmas. O projeto, que teve início em outubro de 2010, já vendeu mais de 1.900 apólices de produtos que envolvem seguro de vida, assistência funeral e sorteios.
João Joaquim de Melo Neto, presidente do Instituto Palmas, foi muito incisivo e declarou que as instituições devem se aproximar das comunidades com o objetivo de oferecer alternativas viáveis. “A seguradora não pode chegar como aspirador, sugando tudo das comunidades. Ela deve atuar como um ventilador, espalhando soluções sustentáveis que favoreçam a todos”.
De qualquer forma, a experiência do microsseguro no mundo ainda é bastante recente. “Sao apenas cerca de 12 anos de experiência. Aqui, ainda estamos muito no início e sempre haverá as empresas que acreditam no tema, e vão investir, e aquelas que vão esperar para ver o que vai acontecer”, sentencia Velasques.

Foto:
Criar Churcill, Dirk Reinhard, Luciano Santanna e Jorge Hilário

Kelly Lubiato, do Rio de Janeiro
Revista Apólice

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