Eugênio Velasques, diretor da Bradesco Seguros, dividiu com os gaúchos, na terça-feira (25), os resultados das pesquisas e estudos feitos pela companhia e entidades do setor para implantação do microsseguro e do seguro popular no Brasil. Ele abriu a palestra destacando a necessidade de diferenciar os conceitos de seguro de baixa renda e seguro de baixo prêmio, a fim de não gerar confusões para o consumidor, e ressaltou que existe muito espaço para crescimento. A enorme fatia da população brasileira que está nas classes B e C, 42%, garante inúmeras oportunidades para produtos como AP, funeral, prestamista, proteção financeira, vida, dental, auto, RC, rural e saúde. Somente em seguro residencial, pesquisas apontam que há cerca de 16 milhões de residências seguráveis na classe A no país. Ele alertou, no entanto, que com a evolução desse mercado surgirão oportunistas, que devem ser combatidos a fim de não comprometer a imagem do produto. “O foco tem que ser em educação, sem preocupação com meta, fazendo que o setor seja percebido como fornecedor dessa proteção”, orientou. O especialista apontou ainda alguns cenários: nesse segmento não haverá meta para vendas, os produtos vão ser julgados nas redes sociais, serão desenhados pelo público e terão que ser levado até ele. Para Velasques, o mercado segurador terá que ser disciplinado e quebrar paradigmas, já que esse “é o Brasil que a gente está aprendendo a conviver”.
Grupo de Trabalho da Susep discute o marco regulatório
O executivo integra o Grupo de Trabalho, criado em setembro desse ano pela Susep, para elaborar uma proposta que estabeleça regras especiais para o desenvolvimento do microsseguros no Brasil. Esse grupo promoveu quatro reuniões levantando as necessidades que servirão de base, para que uma comissão formada pela Susep elabore as regras para o setor. Além disso, foi definido o conceito de microsseguros, orientação de atuação no segmento, diretrizes e linhas gerais, regulação de produto, prudential e conduta de mercado. A expectativa é de que até junho de 2012 o trabalho esteja concluído. Esse mercado também deverá gerar cerca de 300 mil novos corretores de seguros em três anos e para isso sugeriu que a Escola Nacional de Seguros crie novos cursos. Velasques ainda destacou a edição de uma cartilha orientando o público sobre o seguro popular, seu papel e função, de forma inteiramente educativa. Ao final, sugeriu ao Sindseg-RS firmar parcerias com empresas e instituições e criar também no Estado uma cartilha institucional sobre seguros.
J.N.
Revista Apólice