Ultima atualização 09 de maio

Desastre no Japão gera prejuízo de US$ 20 bi em seguros massificados

O mercado segurador gaúcho ouviu na última sexta-feira, 5 de maio, a exposição do executivo Mikio Okumura, membro do Conselho de Administração e diretor da Marítima Seguros, sobre os efeitos do tsunami e terremoto do Japão no setor. No workshop promovido pelo Sindseg-RS, o jornalista Daniel Scola, do Grupo RBS, também relatou sua experiência naquele país, onde passou oito dias cobrindo a catástrofe. Ambos destacaram a capacidade de organização e a solidariedade do povo japonês, que ordeiramente estão reconstruindo as áreas afetadas.
De acordo com Okumura, o prejuízo bruto chega a US$ 20 bilhões em seguros massificados, mas as seguradoras deverão desembolsar apenas US$ 3 bilhões, porque o restante é garantido por subsídios do governo japonês e pelas resseguradoras. Ele acredita que haverá reflexos com o aumento do custo do resseguro, podendo afetar o resultado das seguradoras. O diretor da Marítima disse que há três tipos de reserva técnicas, acumuladas pelo mercado segurador e pelo governo, que serão suficientes para cobrir as perdas da catástrofe. Informou que a Associação das Seguradoras do Japão está totalmente comprometida em ajudar as vítimas, criando um call center para atender as pessoas atingidas. As companhias estão usando a tecnologia de satélite e imagens aéreas para liquidar avisos de sinistros como na cidade de Sendai, onde tudo foi destruído. Para o executivo, o episódio deixou como lição questionamentos quanto a análise do plano de contingência, a avaliação sobre coberturas e capitais segurados dos clientes, se são suficientes, e a análise da gestão da cadeia de suprimentos.
O jornalista do Grupo RBS, Daniel Scola, declarou no workshop que, apesar de ter experiências em coberturas internacionais, esta foi uma das mais difíceis. “Desci do vôo sentindo um tremor no aeroporto e avistando as marcas do terremoto”, contou. Citou várias dificuldades desde a chegada e salientou que a principal barreira foi a de deslocamento, já que não havia combustível e as estradas estavam comprometidas. Apesar de tudo, Scola se surpreendeu ao acompanhar a rápida recuperação das rodovias e principalmente com a solidariedade do povo japonês. “Muitas pessoas saíram do Sul para as regiões afetadas no nordeste apenas para ajudar as vítimas”, disse. Ele não assistiu saques ao comércio local ou atitudes agressivas. Ao contrário, presenciou cordialidade e solidariedade “surpreendente e fascinante”, como definiu. O jornalista também elogiou a atitude do governo japonês na condução dos processos, apontando falha apenas na divulgação de informações precisas quanto a situação da usina nuclear em Fukushima. Segundo ele, o primeiro comunicado foi vago, seguido de outras informações pouco precisas.

J.N.
Revista Apólice

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