Ultima atualização 22 de março

Unimed Paulistana troca plano de saneamento por recuperação

Depois de pouco mais de um ano sob Direção Fiscal da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), a Unimed Paulistana conseguiu aval preliminar para caminhar com as suas próprias pernas. Isso porque, a partir deste mês, a cooperativa troca o plano de saneamento instaurado pela autarquia por um de recuperação, que termina no final de 2011.
A intervenção da Agência ocorreu por conta de dívidas tributárias não registradas - por ser uma cooperativa, seus administradores achavam que não tinham de pagar determinados impostos -, além de uma situação econômico-financeira difícil. Após reverter o prejuízo de R$ 98 milhões em 2009 em um saldo positivo de R$ 45 milhões em 2010. “Não estamos longe dos olhos da ANS, mas não contamos mais com a Direção Fiscal da autarquia. Isso muda muita coisa. Todo o mercado olha para a cooperativa de outro jeito”, analisou o CEO da operadora, Maurício Rocha Neves, durante coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira, 22 de março.
De acordo com ele, mesmo com a Direção Fiscal da ANS, diretoria da cooperativa afastada e todas as notícias negativas sobre a operadora, a evasão de clientes foi menor do que poderia ter sido. “Sentimos muito pouco. Entre saídas e entradas, o número de vidas da Unimed Paulistana cresceu 15% em 2010, de 820 mil para 940 mil”, detalhou ele, que completou: “O último exercício foi o ano de maior volume de vendas para a operadora”.
Em 2010, o faturamento da cooperativa foi de R$ 2,5 bilhões, superior ao R$ 1,2 bilhão registrado no ano anterior. Enquanto isso, a receita passou de R$ 1,9 bilhão em 2009 para R$ 2,1 bilhões no exercício passado. A sinistralidade da carteira própria baixou quase 6% em 2010, de 78% para 72%. Já o índice total acumulado passou de 83% para 81%, na mesma base de comparação. “A consciência do cooperado contribuiu muito para baixarmos a sinistralidade e atingirmos o resultado esperado durante a Direção Fiscal”, lembrou Neves.
Para 2011, a meta da cooperativa estabelecida pela Agência é apresentar resultado de R$ 150 milhões, número que, segundo Neves, é arrojado, porém, factível. “A despeito de toda crise que enfrentamos, um dos fatores que segurou a marca da Unimed Paulistana foi a credibilidade que temos com a nossa rede de cooperados, fruto do atendimento dos médicos, que são os proprietários da operadora”, destacou Paulo José Leme de Barros, diretor-presidente da Unimed Paulistana (foto).
Segundo ele, a principal transformação durante a Direção Fiscal da ANS foi a mudança de filosofia de administração da cooperativa. “É uma transformação histórica pela qual estamos passando. Buscamos mais transparência de gestão”, reforçou.
Durante a coletiva, os executivos divulgaram as ações da empresa que já estão em curso e que devem ser intensificadas ao longo de 2011. São elas: atender ao plano de recuperação considerando o encerramento do regime de Direção Fiscal; valorizar o desenvolvimento contínuo do cooperado com foco na melhoria da sua remuneração; fortalecer e ampliar recursos próprios; expandir área de atuação com foco em medicina preventiva; consolidar participação no sistema Unimed; fazer uma reforma estatutária, fortalecer marca, entre outras.

Aline Bronzati
Revista Apólice

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