Ultima atualização 12 de janeiro

Relatório aponta principais riscos globais em 2011

A sexta edição do relatório Riscos Globais 2011, divulgado nesta quarta-feira (12) no World Economic Fórum, analisa a disparidade econômica e as falhas de governança global como os riscos centrais do cenário de risco global aumentando e intensificando outros riscos. O relatório identifica também os desequilíbrios econômicos e as despesas descobertas que podem gerar no futuro possíveis crises financeiras e fiscais e pede ações coordenadas para administrá-las. As conclusões mostram que a crise financeira reduziu a capacidade do mundo de lidar com choques e a severidade e a frequência dos riscos para a estabilidade econômica global cresceram enquanto a capacidade dos sistemas de governança global de enfrentar esses riscos estagnou.
O relatório é elaborado em parceria com a corretora de seguros Marsh & McLennan Companies, a resseguradora Swiss Reinsurance Company, e a seguradora Zurich Financial Services Group.
O estudo aponta três grupos de riscos de maior importância: a relação entre o comércio ilícito, o crime, a corrupção e a fragilidade dos estados; uma série de riscos interligados entre a água, os alimentos e a energia; e os riscos relacionados aos desequilíbrios macroeconômicos globais. “Os sistemas do século 20 não conseguem administrar os riscos do século 21; precisamos de novos sistemas em rede capazes de identificar e resolver riscos globais antes que se tornem crises globais”, afirma Robert Greenhill, Managing Director e Chief Business Office do World Economic Forum.

Mercado paralelo
Um mundo em rede, falhas de governança e desequilíbrios econômicos criam oportunidades para o crescimento da ilegalidade. Em 2009, o valor do comércio ilegal no mundo foi estimado em US$ 1,3 trilhão e está crescendo. Esses riscos criam custos muito altos para atividades econômicas legítimas, enfraquecem Estados, ameaçam oportunidades de desenvolvimento, desmoralizam a lei e mantêm países em um ciclo de pobreza e instabilidade. O estudo indica que para mitigar esse risco é necessária a cooperação internacional.

Crescimento limitado por recursos
O mundo enfrenta limites rígidos em relação à água, alimentos e a energia. O aumento da população e o consumo, junto com as mudanças climáticas, criam esse desafio. Grande parte das intervenções gera problemas novos e piores ou transferem o risco para outra área. A escassez de recursos básicos deve criar mais conflito entre os grupos sociais, as nações e as indústrias que precisam deles. “A demanda por alimentos, água e energia está crescendo em dois dígitos. Mesmo assim, déficits fiscais crônicos estão ameaçando investimentos importantes em infraestrutura para aumentar a disponibilidade e o acesso a esses recursos. A escassez resultante é uma ameaça para a prosperidade global”, afirma John Drzik, presidente e CEO do Oliver Wyman Group (Marsh & McLennan Companies).

Economia
Já os desequilíbrios macroeconômicos, as crises fiscais em economias desenvolvidas, prejuízos sociais e mercados financeiros enfraquecidos representam um eixo complexo de riscos econômicos. O endividamento causado pela crise reduziu a capacidade de enfrentar choques futuros a níveis extremamente baixos. “Na maioria dos países industrializados as atuais políticas fiscais não são sustentáveis. Na ausência de correções estruturais mais profundas, enfrentamos um risco muito alto de calotes em dívidas soberanas”, explica Daniel M. Hofmann, economista chefe da Zurich Financial Services. Para Christian Mumenthaler, Chief Marketing Officer, Resseguro e Membro do Conselho Executivo da Swiss Re, “as despesas no longo prazo que carecem de recursos, criadas pelo envelhecimento da população, sinalizam o crescimento contínuo das pressões fiscais”. Segundo ele, a adoção de parcerias público-privadas poderá resolver os desafios financeiros associados a esse fenômeno, além de assegurar que o aumento da longevidade seja encarado de uma forma positiva.
Além dos três principais grupos, o relatório Riscos Globais 2011 identifica cinco riscos emergentes: segurança de redes, alto crescimento populacional, escassez de recursos, redução da globalização, ameaças de armas nucleares e biológicas.
Nesse contexto, o World Economic Forum planeja o lançamento de uma nova Rede de Resposta ao Risco durante a Reunião Anual 2011, na Suíça, que será realizada entre os dias 26 e 30 de janeiro. A nova rede deve criar uma nova abordagem para lidar com os riscos complexos enfrentados pelos líderes e permitir que capturem o lado positivo desses riscos.
“Se os líderes empresariais e tomadores de decisões conseguem superar a tendência comportamental de adotar soluções imediatas e de curto prazo e começam a pensar no longo prazo, isso será um grande passo no sentido de adotar uma atitude condizente com a maior complexidade e interconexão dos riscos globais”, afirma Howard Kunreuther, diretor conjunto do Wharton Risk Management and Decision Processes Center.

Jamille Niero
Revista Apólice

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