Ultima atualização 15 de dezembro

Seguradoras podem explorar novos mercados com o microsseguro

O microsseguro, que tem potencial para cobrir até 4 bilhões de pessoas, concentra-se atualmente em poucos riscos – como o seguro prestamista -, mas pode ser explorado em diversas outras áreas, como saúde, seguro agrícola, seguro de vida temporário, produtos de pensão acessíveis bem como outros produtos de poupança. Isto é o que aponta o mais recente estudo sigma da Swiss Re, intituloado “Microsseguro – proteção contra riscos para 4 bilhões de pessoas”. Segundo o levantamento, este tipo de proteção é uma solução eficaz e viável de gestão de riscos para indivíduos de baixa renda.
Os prêmios e coberturas são mantidos em níveis baixos para que os produtos se tornem acessíveis a estes segurados, sem deixarem de ser comercialmente sustentáveis.

Desenvolvimento socioeconômico
Ao atingir inúmeros indivíduos que anteriormente estavam excluídos do seguro e, portanto, ao reduzir a vulnerabilidade dos segmentos de baixa renda e proteger seu fluxo de renda, o microsseguro ajuda a melhorar a estabilidade social e dá suporte ao desenvolvimento econômico em geral.
“Para as seguradoras, o microsseguro cria uma oportunidade para explorar novos mercados e gera um forte valor de marca que pode ser usado para vender produtos de seguro convencionais no futuro”, analisa Amit Kalra, autor do estudo.
Segundo ele, a situação é benéfica para ambas as partes. “As seguradoras ajudam aqueles que necessitam urgentemente de acesso ao seguro; estes, por sua vez, sustentam as metas econômicas de longo prazo das seguradoras”, acrescenta.

Potencial
A estimativa é que o mercado de microsseguro poderia gerar prêmios de até US$ 40 bilhões. No decorrer da última década, seguradoras, ONGs, associações mutualistas e organizações comunitárias lançaram programas de microsseguro em suas linhas de produtos e nos principais mercados. Entre os fatores que mais impulsionam o crescimento desta atividade estão a crescente penetração das microfinanças (principalmente o microcrédito), o envolvimento ativo dos governos e as ofertas de produtos baseados na necessidade.
Para Kalra, “a região Ásia-Pacífico é o mercado de microsseguro de maior dimensão e de mais acelerado crescimento”. No entanto, ele afirma que o microsseguro também ganhou destaque em países da África e da América Latina, apesar de menores comparados com mercados já desenvolvidos.
À medida que o setor do microsseguro expande, as organizações têm que arcar com o aumento da exposição e acúmulo de riscos, fato que levará a uma demanda adicional de capital e soluções de resseguro. Com isso, tanto os produtos tradicionais como as soluções customizadas – que incluem, por exemplo, derivativos de clima e soluções paramétricas para catástrofes naturais- serão alavancados.
No entanto, para que o microsseguro alcance essa expansão, alguns entraves têm que ser vencidos, como infraestrutura insuficiente, ausência de disposições reguladoras específicas para microsseguro e falta de dados referentes à exposição e aos riscos. Além disso, as seguradoras precisam encontrar parceiros apropriados para a distribuição e gestão de sinistros. Os produtos têm que ser adaptados às necessidades dos clientes bem como ao universo cultural dos potenciais compradores de microsseguro.
Os governos podem promover o desenvolvimento do microsseguro através de regulamentos favoráveis e parcerias público-privadas. Neste sentido, os principais objetivos dos governos e administradores públicos deveriam ser: facilitar o acesso aos serviços financeiros para a população de baixa renda; desenvolver uma estrutura reguladora sólida; reduzir as barreiras e desenvolver mercados eficientes; reforçar a conscientização e assegurar a proteção do consumidor.
“Os administradores públicos podem dispor de diversas abordagens para desenvolver o setor, incluindo a adoção de regulamentos específicos para microsseguros, oferecendo suporte financeiro e patrocinando programas de seguro voltados à população em condição de extrema pobreza”, observa Kalra.
Outra opção seria a parceria com o setor privado (PPP). Os governos podem efetivamente canalizar subsídios por meio de programas de microsseguro, financiando integralmente ou subsidiando prêmios. Para o autor do estudo, o objetivo dos governos nesses casos seria “tratar de modo eficaz as consequências financeiras de catástrofes naturais de grandes dimensões para as populações de baixa renda”.
Segundo Kalra, as ONGs, as organizações de desenvolvimento internacional e os doadores contribuem para o desenvolvimento do microsseguro, assim como as empresas de microfinança e microsseguro também encorajam o setor privado a participar de negócios com comprometimento social, criando novas oportunidades de mercado para a base da pirâmide populacional.

Jamille Niero
Revista Apólice

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