Ultima atualização 26 de outubro

Indonésia sofre com mais um tsunami

Ainda é cedo para fazer estimativas de perdas seguradas para o tsunami que atingiu ilhas remotas na Indonésia na noite desta segunda-feira, 25 de outubro. Até porque os povoados destruídos em sua maioria abrigam populações que não têm acesso à proteção securitária. No entanto, o maremoto serve como mais um alerta para a necessidade do mercado de seguros global oferecer soluções para os mais pobres. Até o fechamento desta matéria, conforme autoridades locais, foram registradas 113 mortes e entre 150 e 500 pessoas estavam desaparecidas. Pelo menos dez povoados foram destruídos. Conforme o passar das horas, a expectativa é que esses números aumentem.
O abalo de 7,7 na escala de Richter foi registrado a cerca de 33 km de profundidade e a 78 km a oeste de Pagai Sul, nas Ilhas Mentawai. Além disso, quatro fortes tremores de 6,1, 6,2, 5,3 e 5,3 foram sentidos na madrugada e ao longo desta terça-feira, conforme informações do Serviço Geológico dos Estados Unidos.
Enquanto isso, a Indonésia também era atingida pela erupção do vulcão Merapi, na ilha de Java, que ocasionou a retirada de milhares de moradores. Há cerca de 6 anos, o País enfrentava a pior tragédia de sua história, que causou 230 mil mortes após um tremor de 9,3 na escala de Richter ao largo da ilha de Sumatra, fora os milhares de desalojados. De acordo com o estudo Sigma, da Swiss Re, a catástrofe provocou indenizações de US$ 5 bilhões, sendo que as perdas econômicas representaram 5% do PIB (Produto Interno Bruto) da Indonésia.
Depois da catástrofe de 2004, cresceu a preocupação em desenvolver proteções sob medida para as populações que vivem em situação de risco social por meio de parcerias entre ONGs e empresas privadas. Uma das nações pioneiras no assunto é a Índia. Segundo as Nações Unidas, 90% (950 milhões de pessoas) da população indiana não têm nenhum tipo de seguro. “O microsseguro pode ter um papel grande e importante na luta contra a pobreza, porque o seu propósito fundamental é prevenir que os setores vulneráveis à falência tenham uma rede de proteção para evitar justamente isso”, explicou Kamesh Goyal, country manager da Bajaj Allianz, durante visita ao Brasil para uma conversa com jornalistas sobre o potencial do microsseguro.
Embora seja um ramo de muitas surpresas, no qual um evento climático pode gerar o pagamento de dez mil indenizações, o microsseguro oferece proteção às classes baixas no momento que elas mais precisam. Em 2008, o ciclone Nisha devastou a costa Sul da Índia e fez com que 50 mil pessoas perdessem tudo o que tinham. Dessas 95% não tinham nenhum tipo de cobertura securitária. Porém, 14.500 famílias possuíam seguro contra perdas por desastres naturais e, juntas, receberam US$ 800 mil da Bajaj Allianz.
Na tentativa de melhorar a atratividade dos seguros oferecidos na Indonésia – calcula-se que mais de 7 mil tremores sacodem anualmente o arquipélago local -, a Allianz Life Indonésia pretende, conforme informações da publicação The Jakarta Post, expandir os serviços de microsseguro para pessoas de baixa renda, alcançando, inclusive, clientes potenciais em áreas rurais. Atualmente, a companhia conta com 440 mil segurados neste segmento em âmbito global. O potencial do microsseguro no mundo, segundo estudos da ONU, é de US$ 1,9 bilhão.

Imagem: Mapa localiza o terremoto e o vulcão. (Foto: Arte G1)

Aline Bronzati
Revista Apólice

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