Apesar de ser um paulistano apaixonado declarado, o novo superintendente da Susep, Paulo dos Santos, falou pela primeira em São Paulo ontem, 11 de junho, após assumir o comando da autarquia - há 15 anos ele vive fora do Estado. Homenageado em almoço promovido pelo CVG-SP (Clube Vida em Grupo de São Paulo) no Terraço Itália, Santos comentou o crescimento e as perspectivas do mercado de seguros, com destaque para o Ramo de Pessoas. “Nos quatro primeiros meses de 2010, conforme dados da Susep, esta carteira - incluindo VGBL - somou R$ 15,8 bilhões, expansão de 30% perante igual intervalo do ano passado. Neste mesmo período, o faturamento do mercado cresceu 22%”, afirmou. “Trata-se de uma receita diária de mais de R$ 13 mil”.
Segundo ele, as expectativas para este ramo são as melhores possíveis, principalmente, pela recuperação de compra da população, consequência direta da política econômica e dos programas implementados no Brasil nos últimos anos.
Ele ressaltou a ascensão da base da pirâmide, que traz novos consumidores para o mercado. “Devemos focar os novos públicos que estão surgindo, criando condições para que os cidadãos brasileiros que estão migrando da classe D para a C, e são milhões de pessoas que estão neste movimento, possam ter acesso ao mercado de seguros”, analisou. Na visão do superintendente, muito mais que protegê-los, o setor precisa assegurar a sobrevivência das famílias mais pobres no caso da morte do seu principal mantenedor. “Neste contexto, o seguro de Pessoas reafirma a sua posição de ferramenta indispensável para o bem estar social”.
De acordo com ele, a base da pirâmide precisa muito do seguro, cenário que oferece a possibilidade de seguradoras e corretoras ampliar de forma significativa os negócios nesta faixa da população. “Estamos trabalhando para aprimorar a oferta de outros produtos que atendam a esta realidade”, garantiu ele referindo-se ao PrevSaúde, PrevEducação e ao microsseguro.
Santos também destacou o interesse do setor legislativo no mercado de seguros. No momento, a proposta que mais repercute no mercado é o Projeto de Lei 3555, que propõe a consolidação das normas de seguros. Para a Susep, o documento precisa de diversos aperfeiçoamentos. “É necessário que haja regras gerais e não específicas sobre o risco de engessarmos o mercado e o seu desenvolvimento”, afirmou o superintendente.
Sobre a regulamentação do agente de seguros, ele disse não é provável que a autarquia sancione uma regulamentação específica para os agentes. Segundo Santos, não é função da Susep interferir na maneira como as companhias de seguros contratam seus colaboradores. “Nossa preocupação é com os consumidores. Não vamos aprovar uma regra que caminha na contramão da auto-regulamentação”, declarou.
Aline Bronzati
Revista Apólice