A fila de pretendentes a companhia de capital aberto aumentou para nove ontem. A mais nova candidata é a Brasil Insurance, empresa de corretagem de seguros que nasce à imagem da Brasil Brokers, de corretagem imobiliária.
Ambas foram criadas pela Gulf, empresa de investimentos fundada por Ney Prado Júnior em 1983. A Brasil Brokers chegou à Bovespa em 2007.
A Brasil Insurance nascerá praticamente junto com a oferta de ações no Novo Mercado. A partir da capitalização, a companhia deve executar 23 contratos já fechados de aquisição de corretoras de seguro que atuam tanto no mercado individual quanto no corporativo.
Por ainda ser um negócio em construção, a empresa apresentará um estudo de viabilidade e a oferta será apenas para investidores considerados qualificados.
O valor da operação não foi divulgado, pois apenas a minuta do prospecto da oferta está disponível no site da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). O documento fala em oferta primária e secundária, ou seja, para capitalização do negócio e para venda de parte dos atuais sócios.
Juntas, as 23 corretoras que são alvo da Brasil Insurance teriam receita bruta de R$ 130 milhões em 2009, com 1,2 milhão de clientes individuais, 14 mil empresas, 1 milhão de vidas e 87 mil veículos. As empresas intermediaram R$ 830 milhões de prêmios emitidos.
A Brasil Brokers também nasceu da consolidação de diversas corretoras imobiliárias espalhadas pelo Brasil. No ano passado, a empresa teve faturamento de R$ 249 milhões e lucro de R$ 45 milhões.
A Brasil Insurance, por sua vez, deve começar com presença em nove Estados do país. A empresa atuará com os mais diversos produtos: seguros saúde, odontológico, de automóveis, frotas, grandes riscos, seguro garantia, responsabilidade civil, risco de engenharia e transporte, entre outros.
O objetivo da captação na Bovespa é levantar recursos para novas aquisições e também para investimentos em tecnologia para sistemas de integração, além de capital de giro. O Morgan Stanley é o coordenador líder da operação.
Antes de fechar os contratos com as 23 corretoras, segundo o prospecto, a Gulf avaliou o mercado durante dois anos, mapeando 350 corretoras no país. Dessas, identificou 180, das quais chegou a ter contato e conversas avançadas com 80.
A Gulf acredita que há um potencial no setor, com a consolidação das atividades. Os planos da companhia incluem ampliar eficiência e reduzir custos, replicando o modelo usado na Brasil Brokers. De acordo com o prospecto, dados da Superintendência de Seguros Privados (Susep) e da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) apontam que o total de prêmios emitidos no Brasil chegou a R$ 130 bilhões em 2008.
Graziella Valenti
Valor Econômico