Na última semana, seguradoras e resseguradoras começaram a divulgar o balanço do exercício de 2009. Confira abaixo como foram os resultados de algumas companhias do setor durante o ano passado.
IRB-Brasil Re tem lucro líquido de R$ 370,4 mi
No ano em que completou 70 anos de atividade, o IRB-Brasil Re registrou lucro líquido de R$ 370,4 milhões em 2009, montante 2,67% superior ao registrado em 2008. A rentabilidade sobre o patrimônio líquido foi de 19,68%.
Em 2009, o IRB-Brasil Re permaneceu com a preferência das seguradoras, mantendo-se com 80% dos prêmios emitidos pelos resseguradores locais. Apesar da perda relativa de market share, consequência natural da abertura do mercado brasileiro de resseguros, a empresa conseguiu manter o volume de prêmios de resseguros estável em 2009 ? R$ 2.914,7 milhões, uma redução de apenas 8,78% se comparado com o exercício anterior. Analisando somente os prêmios retidos, em 2009 foram R$ 1.587,3 milhões, levemente menor que a soma total obtida no ano imediatamente anterior, de R$ 1.536 milhões.
O resultado operacional em 2009 foi de R$ 390,4 milhões, o que representa um aumento de 191,02% em relação ao exercício anterior. O principal motivo dessa diferença foi a qualidade do risco assumido pelo IRB-Brasil Re, já que o cálculo do resultado operacional envolve o volume de sinistros retidos ? R$983,4 milhões em 2009, contra R$1.208,5 milhões no ano anterior.
O índice de sinistralidade dos riscos retidos pelo IRB-Brasil Re em 2009 foi de 61,78%, uma redução de 14,47 pontos percentuais em relação a 2008. Além da menor severidade de sinistros observada no Brasil em 2009, a política de subscrição e gestão de riscos adotada pelo IRB-Brasil Re contribuiu para a redução do índice de sinistralidade da empresa. Já o resultado financeiro de 2009 foi de R$ 324,1 milhões, uma redução de 51,32% em relação ao exercício de 2008, causada por dois fatores: redução da taxa Selic e variação cambial.
As reservas técnicas realizadas em 2009 atingiram o montante de R$ 6.359,9 milhões, uma redução de 11,37% em relação a 2008. Como o índice de sinistralidade em 2009 diminuiu, houve uma natural desconstituição de provisão. Ainda assim, o provisionamento técnico do IRB-Brasil Re em 2009 foi sólido. Em atendimento às exigências legais, foi criada a provisão de IBNER (sigla em inglês para ?Provisão de Sinistros Ocorridos mas Não Suficientemente Avisados?), garantindo o pronto atendimento dos compromissos da empresa com seus clientes.
Allianz Seguros fatura R$ 2,25 bi
A Allianz Seguros acaba de divulgar o balanço consolidado de suas operações em 2009, que inclui os resultados da subsidiária Allianz Saúde. Nos segmentos em que atua, incluindo Saúde, os prêmios de seguros consolidados somaram R$ 2,25 bilhões, com alta de 19,2% em relação a 2008.
Os ativos totais atingiram R$ 3,07 bilhões aumento de 25,7%, quando comparado a 2008. As provisões técnicas somaram R$ 1,14 bilhão, com um incremento de 9,9%. O patrimônio líquido teve elevação de 5,9%, perfazendo R$ 538 milhões.
O resultado operacional chegou a R$ 140 milhões, com crescimento de 12,2%, quando comparado ao exercício anterior. O lucro líquido foi de R$ 80 milhões, 7,8% maior.
Como resultado da melhoria da eficiência operacional, a Allianz Seguros reduziu o índice de despesas administrativas (gastos inerentes ao funcionamento da empresa e também despesas sobre prêmios), que passou de 16,7% em 2008 para 15,6% no último exercício. O índice de sinistralidade (sinistros sobre os prêmios ganhos) foi de 64,2%, mantendo a mesma média de 2008. O resultado financeiro foi impactado devido à redução da taxa básica de juros.
Conforme dados divulgados pela Superintendência de Seguros Privados, Susep, no total do setor sem saúde e sem VGBL, a Allianz figura entre as sete maiores seguradoras do País, com alta de 22,8%. O crescimento do mercado foi de 5%.
?A Allianz Seguros vem registrando crescimento constante acima da média do mercado nos últimos cinco anos. Nosso objetivo é manter essa trajetória em 2010, firmando a companhia cada vez mais como uma seguradora multiprodutos, de atuação nacional?, explica Max Thiermann, presidente da seguradora.
Em Automóvel, a Allianz Seguros cresceu 24,4%, ante os 13% registrados pelo mercado. Grande parte desse resultado se deve à estratégia de expansão regional. O produto teve desempenho expressivo em todas as regiões do Brasil. Em Minas Gerais, a companhia manteve a liderança nesse ramo. O aumento da base de corretores e, consequentemente, da capilaridade foram fatores decisivos ao resultado dessa carteira.
Nos seguros empresariais, vale ressaltar o desempenho dos Riscos Nomeados (RN) e Riscos Operacionais (RO). Nestes ramos, o crescimento da companhia foi de 50,4% em relação a 2008, colocando-a na vice-liderança do setor.
A Allianz Saúde, sob supervisão da Agência Nacional de Saúde Suplementar, ANS, faturou R$ 367 milhões e teve lucro de R$ 15 milhões.
Liberty Seguros cresce 16% no Brasil
A unidade brasileira da Liberty Seguros, empresa do grupo Liberty Mutual, fechou 2009 com R$ 1,5 bilhão em prêmios emitidos líquidos, volume 16% superior ao registrado em 2008.
A expansão dos negócios ocorreu, em parte, devido ao crescimento das vendas dos produtos de varejo da companhia. Um dos destaques foi a carteira de automóveis, que registrou alta de 15%, acima da média de 9% do mercado. ?A iniciativa do governo em estimular a indústria automobilística elevou as vendas de seguros de automóvel, impactando positivamente nossas operações?, diz Luis Maurette, presidente da Liberty no Brasil.
Também registram expansão os contratos de affinity (pacotes de seguros para funcionários de grandes empresas), que evoluíram 37%, refletindo a tradição mundial do grupo em programas de afinidade. ?Investimos muito neste segmento no Brasil nos últimos anos e hoje temos uma carteira com cerca de 600 empresas e mais de 95 mil indivíduos cobertos no país?, diz Maurette.
O crescimento registrado pela Liberty no Brasil também foi acompanhado da diversificação dos negócios da companhia no mercado local. Em fevereiro do ano passado, a companhia deu início no país às operações da LIU (Liberty International Underwriters), a divisão mundial de grandes riscos da Liberty, que conta também com a divisão de resseguros, a LMIC (Liberty Mutual Insurance Company). ?Agora temos um ciclo completo de produtos para suportar os riscos decorrentes das obras de infraestrutura, jogos Olímpicos e Copa do Mundo?, diz Maurette. Também estão no foco da LIU empresas dos segmentos de petróleo, petroquímica, construção civil e construção naval.
Em seus primeiros nove meses de atuação, a divisão movimentou prêmios da ordem de R$ 16 milhões. O destaque da carteira, neste segmento, ficou para as apólices de D&O (Directors & Officers), conhecido no Brasil como seguro de responsabilidade civil de executivos.
Mesmo com a crise econômica que marcou o primeiro semestre, o aumento da sinistralidade e os investimentos realizados na expansão da carteira e na abertura das novas divisões, o grupo Liberty fechou 2009 com lucro líquido de R$ 16,9 milhões no Brasil. ?Tivemos um lucro menor que os R$ 26,1 milhões do ano passado. Mas consideramos que foi um bom resultado dado o esfriamento do mercado no primeiro semestre e o impacto dos desastres climáticos. Além de fechar com resultado positivo, preparamos a companhia para um novo ciclo de crescimento em 2010?, conclui Maurette.
Prudential tem expansão de 22%
A Prudential do Brasil Seguros de Vida divulgou nesta sexta-feira, 26 de fevereiro, o seu balanço com os resultados de 2009, quando registrou um aumento no número de corretores franqueados de 22% em comparação com o ano passado. Esse crescimento contribuiu para o aumento dos prêmios de seguros* em 22% se comparado a 2008, atingindo a casa dos R$ 184 milhões. O presidente da Prudential do Brasil, William Yates, comentou as principais razões para o resultado da companhia: ?Foi uma combinação de um recrutamento forte, aliado a uma crescente capacidade de transformar os corretores de seguros franqueados em Life PlannersMS de sucesso, levando a um significativo aumento do prêmio de seguro?, disse.
A seguradora registrou, ainda, um lucro de R$ 38,9 milhões, ante R$ 13 milhões em 2008, representando um crescimento de 198% de acordo com as práticas contábeis americanas (USGAAP). Esse lucro foi impactado positivamente devido à implementação de um novo sistema que aprimorou o cálculo das reservas atuariais e do diferimento das despesas em USGAAP. Expurgando esses dois efeitos, o lucro em USGAAP teria sido de R$ 30,9 milhões, um valor 137% superior ao registrado no exercício de 2008.
Com base nas práticas contábeis brasileiras (BRGAAP), a Prudential do Brasil apresentou, em 2009, um lucro líquido de R$ 4 milhões, ante o prejuízo de R$ 5 milhões apresentado no ano de 2008.
O Capital Segurado das apólices ativas de vida individual da Companhia ultrapassou os R$ 15 bilhões, em 2009. As apólices em vigor chegaram a quase 90 mil em dezembro de 2009.
*Prêmios de Seguros (BRGAAP) = Prêmio Emitido – Cancelamento – Restituição – Desconto – Co-seguro Cedido + Co-seguro Aceito.
Resultado da Mapfre ultrapassa R$ 364 mi
A Mapfre Seguros apresentou em 2009 um lucro de R$ 364,4 milhões (antes dos impostos e participações). A cifra, reflexo dos prêmios obtidos com seguros e com produtos de previdência complementar, representa um crescimento de 29,4% se comparado com 2008. Com os ganhos, a seguradora obtém o maior resultado de sua história, consolidando-se entre as maiores empresas do ranking de seguros do País.
O faturamento da companhia, em decorrência da estratégia de se tornar um operador multiprodutos no ramo de seguros, atingiu a expressiva quantia de R$ 4,4 bilhões, resultado 19,8% superior se comparado a idêntico período anterior. O ganho significativo indica crescimento em praticamente todos os segmentos em que a empresa atua.
Os ativos totais consolidados cresceram de R$ 6,0 bilhões para R$ 7,1 bilhões, volume 18,3% superior ao ano de 2008 e o patrimônio líquido da empresa foi incrementado para R$ 1,6 bilhão, um acréscimo de 9,1%. As provisões técnicas de seguros e previdência complementar cresceram 19,1%, encerrando 2009 com R$ 4,2 bilhões.
O índice de despesa administrativa reduziu-se de 10,8% para 10,4%, uma melhora de 0,4%, por conta de uma austera política de contenção de gastos. O índice de sinistralidade geral apresentou-se com uma leve alta, encerrando o ano com 53,8% ante 52,3% em 2008. No ano passado, o índice combinado permaneceu no mesmo patamar do período anterior, mantendo a positiva marca de 97,5%.
De acordo com o presidente do Grupo Mapfre no Brasil, Antonio Cássio dos Santos, ?a conjuntura desfavorável que se seguiu após uma das piores crises econômicas já registradas resultou em conseqüências diretas tanto no cenário internacional como no mercado segurador interno. Tal situação aumentou o roubo nas carteiras de Transportes Terrestres, onde a companhia é líder. O mesmo problema ocorreu com a carteira de Crédito Interno. O país também foi afetado por fenômenos climáticos que resultaram num incremento de sinistros nas carteiras de auto e residencial nas regiões sudeste e sul?, explica.
?Contudo, tais dificuldades não afetaram o resultado da companhia porque a palavra crise foi proibida na nossa empresa, incentivando atitudes positivas, e também porque esses fatores foram largamente compensados pelo aumento de penetração de seguros residenciais e de multirriscos em regiões não afetadas por problemas climáticos; uma política austera na Carteira de Autos, aumento da arrecadação em seguros de Vida e em seguros massivos, com especial destaque para Prestamistas, Educacional e Garantias Estendidas e a intensificação dos programas de seguros internacionais em riscos industriais e aviação por meio da aliança com a Mapfre Global Risks. A carteira de Previdência alcançou a marca recorde de R$ 1,4 bilhão em reservas e a Mapfre Investimentos foi considerada uma das melhores empresas de administração de ativos do país?.
MetLife cresce mais de 200% em 2009
A MetLife anuncia lucro líquido de R$ 106 milhões em 2009, um crescimento de 220% em relação ao mesmo período do ano passado. A cifra representa um retorno sobre o Patrimônio Líquido de 31%, com destaques para o reconhecimento de crédito tributário de R$ 60 milhões e a melhora no índice de sinistros de 45,8% em 2008 para 44,1% ano passado.
A companhia registrou crescimento de 80% nas reservas de planos PGBL e VGBL, atingindo R$ 953 milhões, e 5.5% nos prêmios retidos de seguros, totalizando R$ 560 milhões. ?O crescimento se deve, entre outros motivos, ao esforço contínuo de melhoria na eficiência operacional da companhia, além da conquista de novos canais de distribuição. Adicionalmente, reduzimos custos e investimos muito em tecnologia e recursos humanos?, afirma José Roberto Loureiro, Presidente da MetLife no Brasil.
?Apesar do cenário de recessão econômica e de queda da taxa básica de juros em cinco pontos percentuais, devemos ressaltar a excelente gestão na subscrição de riscos, o que provocou uma redução considerável nos índices de sinistralidade, e a disciplina nos gastos com despesas administrativas em 2009?, diz Hélio Kinoshita, diretor financeiro da companhia.