Ultima atualização 01 de março

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A vez do seguro

Dentro de dez anos o mercado segurador no Brasil será igual ou maior que o sistema bancário. Delírio do atual Superintendente de Seguros Privados, Armando Vergílio, autor da previsão? Os dados, e o que está para acontecer ainda este ano, apontam na direção que ele vislumbra. Só em 2009 o mercado segurador, de previdência privada e capitalização deu um salto para 3,5% do PIB.
E nessa conta não entram os seguros de planos de saúde. Se o mercado segurador mantiver o atual ritmo de expansão, no meio da década corresponderá a 6% do Produto Interno Bruto (PIB) do país. É possível que esse ritmo se acelere, tanto pela massificação do seguro, quanto pela necessidade de se assegurar garantias aos investimentos que se concretizarão nos próximos anos.
O chamado microsseguro, em fase de estruturação, tem como público alvo nada menos que cem milhões de pessoas. O seguro do crédito habitacional deve se multiplicar, e baratear.
Hoje corresponde, em média, a 15% do valor da prestação do imóvel (em alguns casos chega a 40%). Com a mudança das regras, que acirraram a concorrência no setor, esse custo deve recuar para 2%.
Estão programadas também normas para baratear o seguro de automóveis com mais de quatro anos de fabricação – nem os proprietários desses veículos, nem as seguradoras têm interesse em fechar contratos nas condições ainda vigentes.
E nessa linha de massificação surgirão dois produtos novos (que precisam ser autorizados por lei ou medida provisória): um seguro de vida, atrelado a um fundo de previdência privada (VGBL), direcionado a pessoas que se aposentarão em um horizonte de dez anos e que não pagarão qualquer imposto sobre os rendimentos, se os valores forem totalmente aplicados em um plano de saúde; e um seguro semelhante – também isento de tributação – se os rendimentos forem para custear a educação de algum ente querido.
Ambos ajudarão a remover um motivo de angústia das pessoas de classe média quando elas se aproximam da aposentadoria.
O seguro para produtores rurais pode se tornar efetivamente uma realidade com o fundo que cobrirá grande parte das indenizações pagas pelas seguradoras em caso de uma catástrofe climática que afete a lavoura (o que reduzirá significativamente o risco do mercado nesse tipo de operação).
Além disso, o fim do monopólio do resseguro (o seguro do seguro) atrairá muitos investimentos para este segmento. Já há seis companhias operando plenamente.
O IRB-Brasil Re deve perder a característica de empresa estatal, mesmo com o Banco do Brasil adquirindo os 50% do capital que pertencem ao Tesouro Nacional.
Não por acaso que os próprios bancos estão com suas atenções cada vez mais voltadas para o mercado segurador.

George Vidor / O Globo

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