Ultima atualização 12 de março

Concorrência reduz preço do resseguro em até 30%

Aconcorrência predatória está empurrando para baixo, artificialmente, os preços médios do resseguro para grandes riscos praticados no Brasil. Segundo alguns executivos do mercado, há casos em que o “preço técnico” foi deixado de lado e as taxas oferecidas no País têm ficado até 30% abaixo do patamar que seria recomendado do ponto de vista atuarial.
Esse cenário de disputa acirrada é comum em países que abrem o mercado de resseguro, como o Brasil, onde será completado, em abril, o segundo aniversário do novo modelo, que acabou com o monopólio do IRB Brasil Re. O problema é o que vem depois desse quadro inicialmente favorável. “Em geral, os preços caem no primeiro momento. Depois, permanecem por um tempo em um patamar mais baixo. Por fim, começam a subir novamente até a sua estabilização. É o efeito U”, sintetiza o gerente de contratos da Scor Re, Blenio Rodrigues, que fez carreira no grupo Bradesco de Seguros e Previdência, antes de passar a atuar na área de resseguro.
Ele afirma que nem todo mundo aceita participar dessa disputa acirrada por market share. “A Scor está fora disso”, assegura. Segundo Blenio Rodrigues, é importante, neste momento, adotar uma estratégia cautelosa de negócios, com o foco na qualidade dos riscos ofertados, a forma de subscrição pelas seguradoras e os serviços técnicos que podem ser agregados.
O especialista afirma que, diante do quadro atual, talvez o mercado brasileiro precise “de algumas ocorrências importantes” para se ajustar, após dois anos de abertura e de disputa acirrada por market share. Até porque, a continuar dessa forma, haverá reflexos no desempenho das resseguradoras.
“Os resultados acabam não sendo os esperados em função da competitividade exacerbada”, lamenta.
Essa preocupação não encontra eco na Associação Brasileira das Empresas de Resseguro (Aber). O presidente dessa entidade, Paulo Pereira, não vê grande problema no acirramento da concorrência neste momento em que todos estão tentando garantir um espaço no mercado brasileiro. “Esse tipo de estratégia é normal em mercados recém abertos. As companhias querem marcar posição”, observa o executivo.

Negociação
Paulo Pereira diz que há capacidade de sobra para que os grupos brasileiros possam assumir os riscos brasileiros.
Ele elogia o esforço das seguradoras locais no processo de negociação com as resseguradoras estrangeiras. “Antes, não havia estímulo para o desenvolvimento de novos tipos de coberturas. Agora, as empresas estrangeiras podem ajudar bastante nesse processo”, acentuou.
Opinião parecida têm os corretores de resseguros (brokers).
O vice-presidente da JLT Re, Rodrigo Protasio, por exemplo, contou, na conferência brasileira de resseguros, realizada no final da semana passada, no Rio de Janeiro, uma experiência recente da sua própria empresa, na negociação de contrato de resseguro de riscos de engenharia para a rodovia Transnordestina, com valores da ordem de R$ 5 bilhões. “Analisamos o risco de forma tão detalhada que a primeira empresa que procuramos decidiu ficar com toda a cobertura”, revelou, fazendo referência à resseguradora Munich Re. Esse seguro está na Mafpre.
Nessa mesma conferência, o secretário da Fazenda do Rio de Janeiro, Joaquim Levy, disse que as seguradoras e resseguradoras têm um papel importante a cumprir no Brasil e reafirmou que o mercado pode contar com o Governo do estado “para melhorar o ambiente regulatório nesse setor”.

Jornal do Commercio-RJ

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