O grupo financeiro canadense Fairfax está chegado ao Brasil. Vai operar no segmento de seguros e resseguros. O objetivo é atuar no mercado de grandes riscos para médias e grandes empresas, em 22 setores da economia, como aeronáutico, seguros marítimos, propriedade, transporte, energia e petróleo.
A Fairfax já pediu autorização à Superintendência de Seguros Privados (Susep) e só aguarda o sinal verde para o início das operações. A sede da empresa começou a ser montada em um prédio na região da avenida Paulista, em São Paulo. Coincidência ou não, a sede da empresa vai funcionar no mesmo edifício em que ficam os escritórios da Swiss Re, maior resseguradora do mundo.
Além da unidade paulistana, haverá escritórios também no Rio e em Belo Horizonte.
Jacques Bergman, que já trabalhou na Itaú XL – empresa do Itaú para grandes ricos -, foi o contratado para liderar os negócios da empresa no Brasil.
Ele está montando a equipe e já contratou outros executivos de a sua antiga seguradora, entre eles Bruno de Almeida Camargo, que atuava na superintendência de resseguro da Itaú XL.
No resseguro, o grupo está trazendo ao Brasil a Odyssey Re, com sede nos Estados Unidos, uma das cinco maiores resseguradoras do país e das 15 maiores do mundo, com mais de US$ 2 bilhões em prêmios. A resseguradroa vai operar na categoria “admitida”, que exige abertura de escritório de representação no país.
Já a seguradora vai constituir empresa aqui. A Susep exige para o segmento um capital mínimo de R$ 15 milhões. “Mas vamos trazer várias vezes esse valor. Para nos mostrarmos bem ao mercado”, diz Bergman, sem citar números. Ele alega que a documentação ainda está em análise na Susep. A meta traçada no Canadá é dar retorno em dez anos. “Nossa operação é de longo prazo. Não é um oportunismo de um momento em que todo mundo lá fora olha o Brasil.”
A Fairfax teve prêmios de US$ 4 bilhões no mundo em 2008. O grupo tem mais de 30 empresas, incluindo seguradoras, resseguradoras e uma gestora de recursos. Foi criada há 25 anos pelo lendário empresário Prem Watsa, nascido na Índia e radicado no Canadá. Hoje um bilionário, ele é conhecido pela mídia local como “Warren Buffet canadense” e veio ao Brasil rapidamente na semana passada para anunciar a abertura de negócios aqui. O grupo tem US$ 30 bilhões em ativos.
Bergman diz que o mercado de grandes riscos está mudando. Há dez anos, SulAmérica, Bradesco e Itaú dominavam esse segmento. Depois foi a vez do Unibanco, por meio da parceria com a AIG. “No futuro próximo, serão seguradoras especializadas que vão dominar.” Um dos motivos, diz ele, é a rentabilidade desse tipo de negócio. “É um mercado volátil que pode não ser atrativo para os bancos em termos de retorno”, argumenta. A razão são as enormes reservas de capital exigidas pelo acordo da Basiléia para os bancos. A Fairfax desembarcou no Brasil pensando em fazer aquisições. Fez duas abordagens no mercado, sem sucesso, conta o executivo. Bergman não comenta, mas no mercado os rumores são de que a Fairfax fez proposta ao Itaú para ficar com a seguradora de grandes riscos do banco. O Itaú acabou optando por comprar a parte da XL na sociedade.
Ao contrário da XL, o grupo canadense não estava exposto a derivativos tóxicos de crédito e passou ileso pela crise. Suas ações subiram 23% no ano passado, enquanto as de seguradoras mais afetadas despencaram. A AIG perdeu 100% e a XL 65%.
Altamiro Silva Júnior
Valor Econômico
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