As fontes de energias renováveis estão cada vez mais presentes nas discussões do setor de seguros. Por isso, elas foram o tema da primeira edição do Travelers International Summit no Brasil, promovido pela seguradora Travelers.
Apresentando a companhia, Leonardo Semenovitch, diretor presidente, afirmou que o setor energético deverá estar entre as prioridades de desenvolvimento. Esse é um ramo no qual a companhia quer ser reconhecida. “O mercado tem respondido de forma positiva à solução que estamos desenvolvendo, uma vez que inclui um conjunto abrangente de produtos e serviços que atendem aos riscos inerentes do setor de energias renováveis. Pretendemos continuar promovendo melhorias e compartilhando nossa experiência”, afirmou.
As energias mais utilizadas, e reconhecidas, são a eólica e a solar. No Brasil, mesmo com aumento de investimento nessas matrizes, a energia eólica representa apenas 6% da energia utilizada no país. A porcentagem de energia solar é incipiente. “O Brasil tem apenas 2% de sua capacidade eólica sendo utilizada”, ressaltou Natã. O executivo fez ainda uma comparação com a Alemanha, a líder mundial em energia solar: “o melhor local de incidência de energia solar na Alemanha é pior do que o lugar menos propício a essa energia no Brasil”, exemplificou. Quanto o assunto é vento, a China é a campeã.
Já quando o assunto são os sinistros no setor eólico, Carlos E. Sato, engenheiro regulador de sinistros da Cooper Brothers, listou os três principais vilões: incêndios, alagamentos e içamento. No caso do primeiro, combatê-los nos aerogeradores é uma difícil tarefa. Na maioria das vezes, o sinistro é de perda total. “Existem sistemas para combater esses incêndios, mas por terem altos custos, geralmente, não são instalados nos geradores”, comentou.
Os riscos do setor
“Por que precisamos ter um sinistro para acreditar que o perigo existe?”, perguntou Jonathas Abdou, gestor da área de energia da Travelers. Especialista no assunto, ele lembrou que os riscos não são apenas ruins, mas que, se bem analisados, podem ser de grande utilidade para melhorar o desempenho das companhias. “Analisar riscos é crucial. Sejam esses riscos estratégicos, operacionais acidentais ou financeiros. Será que o mercado usa isso da melhor forma?”, provocou. Para esses riscos, que são intangíveis, mas não imensuráveis, é importante se atentar às probabilidades de cada um deles acontecer e saber qual o tamanho do apetite da empresa.
Para gerir esses riscos, de acordo com Abdopu, existem quatro boas estratégias: a transferência – que consiste em contratar o seguro e ceder essa responsabilidade; mitigar – já que nem todo risco pode ser transferido, e os sinistros podem continuar acontecendo, é preciso diminuir os danos à imagem, o que depende de uma boa governança corporativa e movimentação interna; reter ou assumir riscos – perdas esperadas, como novos investimentos, por exemplo, e, por último, eliminar: ver o que pode ser substituído e definitivamente riscar certas situações da operação da empresa. “Ter uma gestão de riscos madura melhor a imagem da empresa no mercado. Isso traz mais ganhos e oportunidades”, afirmou.
No final da tarde, Hank Dutton falou dos acontecimentos que podem acarretar em perdas financeiras e atrasos nas obras de construção de parques eólicos. Dutton elencou, principalmente, as possíveis de falhas na gestão de riscos relacionados a guindastes, mas não só eles. Há perigos de transporte, solo etc “É preciso observar o solo, se ele suporta a torre de energia eólica e o guindaste que irá colocá-la em pé. Os raios são outras ameaças bastante recorrentes nos campos de energia eólica. Especialmente se não houver manutenção adequada da torre”.
Soluções
No ano passado, a Travelers lançou uma solução de seguro patrimonial e de responsabilidades para o mercado de energia renovável brasileiro. Focado em construção e operação de projetos de energia solar e eólica. O seguro está disponível para empresários, investidores e construtores do setor de geração de energia renovável, contemplando desde o segmento de micro geração (pequenos geradores), até projetos com valores contratuais expressivos. A solução oferece Seguro Patrimonial, Riscos de Engenharia, Responsabilidade Civil e Riscos Operacionais, além de oferecer expertise em Resseguro.
Amanda Cruz
Revista Apólice