Ultima atualização 19 de abril

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Profissionais do mercado discutem atuação irregular de associações

“Precisamos resgatar a nossa profissão”. Foi com essas palavras que o presidente do Clube dos Corretores do Rio de Janeiro, Amilcar Vianna, deu início ao debate sobre o andamento da campanha “Seguro é Proteção”, no restaurante Aspargus, na última quinta-feira, 14, no Centro do Rio, com a presença de 50 pessoas.
O evento reuniu nomes do mercado de seguros, como o superintendente da Susep, Paulo dos Santos, o diretor da Confederação Nacional das Seguradoras, Júlio Avellar, o corretor e palestrante Gustavo Dória, o presidente da Associação dos Corretores da Baixada Fluminense, Roberto Cabral, e o presidente da Aconseg-RJ, Renato Rocha, que manifestou seu apoio a iniciativa. Os corretores também marcaram presença no evento, participando da discussão com ideias e críticas.
A atuação irregular de associações, que oferecem “proteção automotiva”, por exemplo, foi criticada por corretores, integrantes de seguradoras e entidades. Camuflada de seguro, essa proteção se baseia no princípio de mutualidade, onde os riscos são repartidos por semelhantes.
Segundo Avellar, da CNSeg, o assunto já ganhou projeção no mercado de seguros nacional, impressionando pela quantidade de associações. “Elas já não se limitam à área de automóveis, na qual oferecem ‘proteção automotiva’. Parecem organizadas, exigem contratação de rastreador, é feita uma inspeção, o cliente recebe livrinhos, folhetos e tudo mais. Tudo faz parecer que é uma espécie de seguro. Na prática, é bem diferente”, explicou.
No debate, os riscos declinados também foram lembrados como uma das formas que dão brecha para qualquer associação fazer negócio. Avellar relembrou que o seguro de caminhões-tanque já não existe há muitos anos, o que prejudica a classe. Nesses casos, a associação seria bem aceita, já que busca garantir um patrimônio para o qual não existe cobertura – diferente do seguro de automóveis. “O problema é complexo, passa por um processo de longa desinformação. Mas as pessoas têm que entender que, se forem lesadas, não terão como recorrer. Elas não são nem consumidoras, são associadas, e, por isso, não estão protegidas pelo Código de Defesa do Consumidor”, lembrou.
À frente da autarquia reguladora do mercado, Paulo dos Santos comemorou a iniciativa do mercado de orientar o consumidor que busca proteção ao patrimônio. “Uma seguradora tem dificuldades de pegar uma frota de táxis e atender, por exemplo. Se o mercado diz não, é natural que as pessoas busquem soluções. Existem as associações do bem, que querem garantir proteção para um patrimônio que não foi aceito pela seguradora, e existem as do ‘mal’, que usam as primeiras para continuar existindo. A Susep tem encaminhado as denúncias que recebe para o Ministério Público”, opinou.
O corretor Gustavo Dória não mediu críticas aos contratantes da “proteção automotiva” e nomeou a oferta como “Seguro Pirata”. “O consumidor sabe que é pirata e, por achar que vai ser mais barato, contrata. O Brasil consome pirataria em larga escala. Um dos responsáveis por acabar com isso é o próprio corretor. Nós, da classe, temos que participar, nos mexer mais, ou então alguém vai se movimentar por nós, como está acontecendo”, criticou.

Campanha
A ação “Seguro é Proteção” foi lançada no dia 15 de março, Dia Mundial do Consumidor, com o objetivo de alertar pessoas que desejam proteger seus patrimônios sobre o perigo de investir em uma proteção irregular de associações. A campanha terá atuação das redes sociais, como Twitter, Facebook, Orkut e Blog. O número de acessos a essas ferramentas, só na primeira quinzena de abril, atingiu 2.869 interações em todos os perfis de mídias digitais.
Para o presidente do Clube dos Corretores do Rio, Amílcar Vianna, explorar a internet para difundir as informações sobre o mercado de seguros é uma boa estratégia para atingir um grande número de consumidores. “O seguro hoje não tem idade, nem classe. Os jovens contratam cada vez mais cedo, os adultos cada vez em maior quantidade. As mídias digitais reúnem ricos, pobres, integrantes da classe média, todos estão conectados. Queremos conscientizar todo o consumidor em potencial”, explicou.

J.N.
Revista Apólice

Foto: Marcelo Rocha, Paulo dos Santos e Gumercindo Rocha, da Susep, e Amílcar Vianna, do Clube dos Corretores do RJ

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