Ultima atualização 25 de novembro

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Porto reforça conceitos de sustentabilidade e hiperpersonalização

Paulo Kakinoff, CEO da Porto
Paulo Kakinoff, CEO do grupo Porto

EXCLUSIVO – A Porto registrou R$ 30 bilhões em faturamento no terceiro trimestre e um crescimento expressivo de 29% no lucro líquido. Paulo Kakinoff, CEO da Porto, conta, em entrevista exclusiva, que essa performance é fruto direto da reorganização do grupo em quatro empresas (Seguro, Saúde, Serviços e Banco) e da modernização da operação nos últimos anos.

O CEO atribui boa parte do avanço ao engajamento da rede de 45 mil corretores ativos, considerada ‘o maior ativo da companhia’. “O corretor conduz uma venda consultiva baseada em confiança. Ele conhece o cliente, a cultura local e a real necessidade de proteção. É ele quem torna a experiência do segurado mais clara do que o próprio contrato.”

A marca da Porto, destaca, também exerce papel fundamental na fidelização dos clientes, que são muito fiéis à marca. Hoje, a taxa de renovação está em 80%. Com mais de 100 produtos e serviços, a companhia tem avançado nas verticais de saúde, serviços e assistência. O seguro auto, que há pouco mais de uma década representava 80% do resultado da empresa, hoje corresponde a cerca de um terço da receita. O objetivo é claro: crescer de maneira mais equilibrada e resiliente.

“As verticais fora do seguro têm potencial maior e crescem a taxas de 20% ao ano. Isso dilui riscos, aumenta estabilidade e reforça nossa capacidade de investimento.”

Nesses segmentos, a Porto aposta em serviços B2C e B2B2C (como montagem e instalação de eletrodomésticos no varejo, por exemplo), consórcios e produtos financeiros com garantias diversas. Ele ressalta que é importante estar sempre atentos às necessidades que surgem na sociedade.

Tecnologia e mais acesso ao seguro

Para Kakinoff, a tecnologia, especialmente a combinação entre Big Data e inteligência artificial, inaugurará uma nova fase do seguro no Brasil. O CEO vê o setor caminhando rapidamente para modelos capazes de medir risco com muito mais precisão, reduzindo custos e ampliando a inclusão securitária.

“A hiperpersonalização será o principal indutor de crescimento. Ela permite preços mais acessíveis, produtos mais adequados e modelos de risco melhores. É a evolução natural do setor.” Entretanto, ele é enfático ao afirmar que a inteligência artificial não irá substituir a figura humana:

“A inteligência artificial não emula empatia. O corretor continuará sendo imprescindível para orientar o cliente com escuta ativa e compreensão das nuances humanas.”

Questionado sobre o risco de que modelos mais precisos excluam perfis considerados “piores riscos”, Kakinoff foi categórico: “A natureza do nosso negócio é a proteção. Se só protegermos riscos pequenos, o setor se desidrata. O mercado cresce quando aumenta a inclusão, não a exclusão.”

Segundo ele, a experiência demonstra que, quanto mais um cliente utiliza serviços e compreende os benefícios do seguro, maior sua propensão a contratar novos produtos, fortalecendo o ciclo virtuoso da indústria. O exemplo está dentro da própria companhia, que possui 18 milhões de clientes e 32 milhões de negócios.

Sustentabilidade em ações

A presença do setor de seguros na COP30, marcada pela criação da Casa do Seguro, reforçou a consolidação de uma nova etapa para a indústria. Para Kakinoff, o fórum representou um ponto de virada, não apenas por aproximar o mercado das discussões climáticas globais, mas por posicionar o seguro como peça-chave na agenda de adaptação, prevenção e proteção das cidades e populações mais vulneráveis.

Ao avaliar a participação da Casa do Seguro na COP30, da qual a Porto foi uma das seguradoras empoderadoras, Kakinoff destacou que o espaço promoveu um debate mais qualificado e menos abstrato sobre sustentabilidade. Segundo ele, o setor conseguiu apresentar dados, compromissos concretos e ferramentas que evidenciam sua relevância diante de eventos extremos cada vez mais frequentes.

“O seguro oferece proteção para neutralizar ou mitigar os impactos do imprevisto. Quando falamos de mudanças climáticas e desigualdades sociais, estamos falando exatamente da matéria-prima do seguro.”

O CEO reforça que a discussão climática tem sido, historicamente, dominada por divergências acadêmicas, perdendo foco nas populações que já sofrem impactos diretos. “É angustiante ver cidades inteiras sendo afetadas enquanto medidas práticas avançam pouco”, afirmou.

Kakinoff destaca a importância da colaboração entre seguradoras e poder público. A Porto já mantém, há alguns anos, uma troca sistemática de informações com a Prefeitura de São Paulo, desde a identificação de pontos de alagamento até análises para posicionar bases de atendimento, guinchos e equipes de emergência conforme previsões meteorológicas.

“O principal papel do mercado é compartilhar dados, conhecimento e informação. Quando cruzamos estatísticas com alertas de Defesa Civil, conseguimos direcionar ações de prevenção com fundamento científico.”

Essa interação também tem impulsionado projetos como o recém-lançado Porto 15 Minutos, que promete atendimento emergencial noturno (das 22h às 5h) em até 15 minutos na capital paulista.

Kelly Lubiato, de São Paulo

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