Ultima atualização 18 de novembro

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Casa do Seguro: Protagonismo em investimentos sustentáveis

Monica Zuleta, Ricardo González García, Luiz Pires, Paulo Artaxo e Vinicius Brandi
Monica Zuleta, Ricardo González García, Luiz Pires, Paulo Artaxo e Vinicius Brandi

EXCLUSIVO – O setor de seguros busca uma posição estratégica e de destaque no debate sobre a adaptação climática e o financiamento sustentável, reafirmando sua relevância como agente impulsionador da economia verde. A sessão informativa “Setor de seguros, finanças sustentáveis e adaptação climática no Brasil” reuniu especialistas na Casa do Seguro, organizada pela CNseg para colocar o mercado em destaque no Conferência Mundial do Clima organizada pela ONU (COP30) em Belém.

Vinícius Brandi, Subsecretário de Reformas Microeconômicas e Regulação Financeira do Ministério da Fazenda, destacou a transversalidade do setor. Com ativos de investimentos que representam entre 15% e 20% do PIB nacional (R$ 1,8 trilhão), as seguradoras são os maiores investidores institucionais privados do país. “Esses investimentos induzem o desenvolvimento econômico, definindo para onde a economia vai se direcionar. A regulação financeira deve acompanhar essas práticas, incentivando boas iniciativas e nivelando o mercado pela sustentabilidade”, afirmou.

Ele ressaltou também o impacto da Lei Complementar nº 213, sancionada em 2024, a mais abrangente reforma do setor em seis décadas. A lei abriu o mercado para cooperativas e associações e, simbolicamente, incluiu a sustentabilidade como objetivo de política pública para os seguros. “Além disso, o Conselho Monetário Nacional atualiza as diretrizes das aplicações financeiras do setor, incorporando parâmetros ambientais e climáticos — um avanço crucial para a transição a uma economia de baixo carbono”.

Já o professor Paulo Artaxo, climatologista do Painel Internacional sobre Mudanças Climáticas, trouxe uma perspectiva alarmante, porém necessária. Segundo ele, “o aumento da frequência e intensidade dos eventos climáticos extremos tornou a adaptação uma necessidade imediata, não mais uma opção”. A plataforma Adapta Brasil, apresentada por ele, oferece um mapeamento regionalizado dos riscos e das estratégias de adaptação por setor, ferramenta essencial para a elaboração de políticas públicas localizadas e eficazes.

O estudo também abordou o aumento das perdas por eventos catastróficos e a crescente “lacuna de proteção seguradora”, especialmente acentuada na América Latina e Ásia. Como solução, foram apresentados modelos de colaboração público-privada, emissão de títulos catastróficos, ampliação dos instrumentos de resseguro e maior transparência nos investimentos sustentáveis.

Esse diálogo reforça o papel do setor de seguros não apenas na remuneração de riscos, mas como impulsionador de políticas climáticas. Com dados, regulação e investimentos orientados à sustentabilidade, o setor pode transformar o desafio climático em oportunidade de inovação e proteção social.

Luiz Pires, gerente de sustentabilidade e inovação da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais), ressaltou que este é momento muito importante, colaborativo, para discutir a interface entre o mercado financeiro e a indústria do seguro. “O mercado de seguros possui muitas informações que mostram o avanço da proteção e dos desastres, com os volumes de perdas ligados às mudanças climáticas. O mercado de capitais pode usar estas informações para o desenvolvimento de produtos que sejam adequados para o investimendo dos recursos das reservas técnicas. Nosso papel é conseguir ler as informações e criar produtos que atendam as necessidades do mercado”.

O painel foi mediado por Mônica Zuleta, diretora Corporativa de Sustentabilidade do Grupo Mapfre. Neste mesmo painel foi apresentado o estudo da Mapfre Economics, que você pode ler aqui.

Kelly Lubiato, de Belém/PA

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