EXCLUSIVO — Quel é o melhor caminho para introduzir o seguro na sociedade, de forma simples e clara? Este é o desafio que levou o Sindicato dos Corretores de Seguros de Minas Gerais a criar o projeto Corretor na Real, cujo objetivo é aproximar o mercado de seguros da sociedade. O evento tem início nesta quarta-feira (06), na cidade mineira de Diamantina. A ideia central é se instalar, literalmente, no meio da cidade e de suas vias, de forma imersiva, levando o conceito do que é um encontro de seguros com a população.
Gustavo Bentes, presidente do Sincor-MG, detalha que os eventos do mercado são, muitas vezes, “mais do mesmo”: acontecem em locais fechados, com as mesmas pessoas e os velhos termos, reforçando o conceito de bolha. “Não estou dizendo que esses encontros do mercado são ruins. Eles são fabulosos — inclusive estamos perto do maior deles, que é o Conec. Mas por que não quebrar esse conceito? Em vez de apenas dialogar entre nós, podemos levar o seguro diretamente às pessoas”, explica Bentes, sobre a ideia que surgiu há três anos junto com sua diretoria. O objetivo era reunir população e interesses políticos e econômicos em um único encontro — e incluir “um público diferente do mercado”, como ele ressalta.
O Corretor na Real faz parte do projeto Cidades Protegidas, cujo intuito é visitar pequenas cidades como Diamantina, que são desassistidas em termos de seguro. Bentes compartilhou um caso emblemático: o impacto em patrimônios tombados, que muitas companhias não aceitam segurar devido ao risco. Por exemplo, a Catedral Metropolitana de Diamantina não possuía nenhum tipo de proteção até a chegada do projeto. Com articulação política, o Sindicato conseguiu despertar o interesse de mais de 54 prefeituras mineiras. Hoje, sete igrejas da cidade, que nunca tiveram seguro, passaram a contar com cobertura feita por diferentes companhias — cujos nomes não foram divulgados pelo presidente. “Aqui é um exemplo de como o seguro pode agir de forma econômica, social, política, ambiental e agora até espiritual — e isso gera valor na sociedade, ou seja, enriquece o entendimento sobre o que é o seguro”, conta em primeira mão.
Ele menciona também o período da pandemia, que ainda se reflete no comportamento das pessoas, gerando um certo receio diante de temas que não são facilmente compreendidos. O presidente se mostra otimista e afirma que o projeto já gera respostas sociais reais. Ele também ressalta o plano de tornar Minas Gerais a segunda maior economia em seguros do Brasil.
“Não criamos esse projeto para vender seguro, mas sabemos que ele pode ajudar a melhoria da cultura da sociedade”, conclui Bentes. O evento continua por mais dois dias, com uma imersão na cidade e nas ações realizadas pelas companhias participantes.
Nicholas Godoy, de Minas Gerais.