EXCLUSIVO – A lógica de um seguro viagem tradicional é conhecida: o cliente escolhe entre pacotes pré-definidos, muitas vezes pouco ajustados à sua realidade. A Hero Seguros quer virar essa página. Com o lançamento do programa “My Hero”, a insurtech propõe um novo modelo, centrado na personalização de coberturas, e dá mais autonomia às agências parceiras para montar produtos sob medida.
“O perfil do viajante brasileiro está mudando e, com ele, suas necessidades de proteção”, pontua Luciana Volante, Chief Revenue Officer da companhia, que conta como a ideia surgiu da observação de um fenômeno cada vez mais evidente. “Notamos que mesmo dentro de um único canal de distribuição existem perfis muito distintos. Um jovem intercambista não busca o mesmo tipo de cobertura que uma mãe viajando com um bebê. O My Hero nasce justamente dessa escuta ativa”, explica a executiva.
O programa estreia com o combo Bebê a Bordo, voltado a famílias com crianças pequenas. A cobertura inclui indenizações específicas para bagagens infantis (como carrinhos e acessórios), compensações por extravio com foco em itens de primeira necessidade para bebês e até envio de acompanhante para menores desacompanhados, caso os pais precisem retornar.
“São mais de 1 milhão de viagens por ano envolvendo famílias com crianças pequenas no Brasil. É um público expressivo, que por muito tempo foi negligenciado pelas seguradoras. Nosso objetivo foi criar um produto que respondesse de forma sensível e prática às dores dessa jornada”, afirma Luciana.
Segundo dados da Confederação Nacional das Seguradoras (CNseg), o mercado de seguro viagem vem registrando crescimento consistente nos últimos anos, impulsionado pela alta na circulação de passageiros tanto no Brasil quanto no exterior. Em 2024, o tráfego aéreo doméstico no país avançou 4,6%, enquanto as viagens internacionais tiveram um salto de 13,6%. Esse cenário reforça a maior preocupação dos viajantes com segurança e proteção durante seus deslocamentos, o que se reflete diretamente na demanda por seguros mais completos e personalizados.
Ainda assim, o modelo predominante no país continua sendo o de pacotes fechados, oferecidos por operadoras e bancos com pouca margem de adaptação.
“Queremos mudar a forma como o seguro viagem é percebido. Ao dar mais autonomia para os parceiros configurarem os produtos com base no perfil do cliente, conseguimos aumentar o valor percebido da proteção e fortalecer o vínculo com a marca”, diz a CRO.
O modelo do My Hero se baseia em uma arquitetura modular, em que a apólice é montada a partir da combinação de coberturas adicionais, chamadas de “add-ons”. Segundo a executiva, a experiência para o corretor e para o consumidor final foi desenhada para ser rápida e intuitiva. “Estamos falando de uma plataforma tecnológica que permite personalizações em poucos cliques. É uma experiência que rompe com a burocracia comum do setor”, destaca.
Nos bastidores, a Hero já trabalha em novos combos voltados a perfis como esportistas de aventura, nômades digitais, intercambistas e pessoas com mobilidade reduzida. A construção desses pacotes tem como base dados internos e escuta ativa com parceiros e consumidores. “O seguro precisa acompanhar o viajante moderno — alguém que pode trabalhar de qualquer lugar do mundo, escalar montanhas ou viajar com uma condição de saúde específica. Essa diversidade precisa estar refletida nos nossos produtos”, conclui Luciana.
Nicholas Godoy