Ultima atualização 15 de outubro

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ITC Vegas 2025: Liberty aposta em IA e cultura da inovação

Tunguy Catlin e Tim Sweeney
Tunguy Catlin e Tim Sweeney, no ITC Vegas

EXCLUSIVO – A abertura da décima edição do Insuretech Connect (ITC Vegas 2025), contou com um Talk Show entre Tanguy Catlin, Senior Partner da McKinsey & Company e Tim Sweeney, CEO da Liberty Mutual, que apontou que o setor de seguros vive um momento decisivo. Segundo ele, “a inovação não é apenas algo bom de ter, é existencial, uma necessidade”. O executivo reforçou que o mundo enfrenta transformações profundas, da intensificação das mudanças climáticas ao avanço da inteligência artificial (IA), e que a indústria precisa acompanhar essa nova dinâmica de riscos.

Fundada há mais de 110 anos, a Liberty Mutual nasceu com foco em segurança e prevenção. O CEO lembrou que a companhia já foi pioneira em várias inovações, como o desenvolvimento do cinto de segurança em parceria com a Universidade de Cornell e a criação de laboratórios voltados à pesquisa em segurança do trabalho.

Nos últimos anos, essa tradição se traduziu na criação do Solaria Labs, o laboratório de inovação da seguradora, que atua como um incubador interno, em estreita colaboração com a área de tecnologia da informação para desenvolver e escalar ideias relevantes ao mercado. Além disso, a companhia mantém o Liberty Mutual Strategic Ventures, fundo voltado a investimentos em startups e parcerias estratégicas, com o objetivo de transformar ideias inovadoras em soluções comerciais. “Para nós, inovação é um processo, uma estrutura e, principalmente, uma cultura”, afirmou o executivo.

A cultura organizacional é vista como o principal motor da inovação. A Liberty promove anualmente um desafio global de inovação, que envolve mais de 5 mil colaboradores e recebe mais de 1.200 ideias. O evento culmina no Ignite Hackathon, em que equipes multidisciplinares desenvolvem protótipos durante uma maratona de programação.

Essas iniciativas renderam à companhia o reconhecimento da Fortune Magazine, que a listou entre as empresas mais inovadoras do mundo e a colocou em primeiro lugar no setor de seguros no quesito cultura de inovação. “É preciso dar o tom no topo, permitir que as pessoas falem, aprendam com os erros e celebrem vitórias”, disse Sweeney, lembrando que a inovação deve ser democratizada e acessível a todos os colaboradores.

Ao falar sobre a adoção de inteligência artificial, o executivo ressaltou que cerca de 60% dos colaboradores da Liberty Mutual já utilizam ferramentas de IA no dia a dia, inclusive versões corporativas do ChatGPT. Para ele, o desafio está em equilibrar o entusiasmo com o pragmatismo. “Não basta correr atrás do objeto brilhante. É preciso organizar dados, modernizar sistemas e construir ferramentas sobre bases sólidas.”

O impacto da IA sobre o mercado de trabalho também foi abordado: “A IA vai transformar funções e exigir requalificação. Haverá ansiedade, mas também entusiasmo. Assim como na revolução da internet, novos empregos surgirão.”

Entre os temas que mais preocupam e empolgam o líder da Liberty Mutual estão o clima, a cibersegurança e o futuro da mobilidade. O aumento da severidade dos eventos climáticos representa não apenas um risco para o setor, mas um desafio social de grandes proporções. A companhia, uma das cinco maiores seguradoras de riscos patrimoniais do mundo, tem investido em soluções que protejam clientes e empresas dos impactos ambientais.

No campo da cibersegurança, o foco está tanto na proteção interna de dados quanto na expansão da oferta de seguros cibernéticos para empresas de todos os portes. Já em mobilidade, o avanço dos veículos autônomos e elétricos promete redefinir responsabilidades e modelos de cobertura.

O executivo reforçou que a colaboração com startups e insurtechs é essencial para acelerar a transformação do setor. “As melhores ideias não surgem apenas dentro das companhias. Precisamos de todos vocês”, adiantou, dirigindo-se ao público de empreendedores.

Seu conselho aos inovadores foi direto: “Foquem na demanda, não na tecnologia em si. Sejam parceiros, não vendedores. E tenham paciência – às vezes, o mercado ou a regulação ainda não estão prontos para uma grande ideia.” Por fim, ele lembrou o propósito central da empresa: “A Liberty Mutual existe para ajudar as pessoas a viver o presente e planejar o futuro. Nosso papel é apoiar o desenvolvimento da sociedade, seja diante da IA, do clima ou da cibersegurança.”

Kelly Lubiato, de Las Vegas

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