EXCLUSIVO – Na manhã dessa terça-feira (2), o Sincor-SP apresentou o PMC Auto 2025, estudo que traça um panorama detalhado das seguradoras na visão dos corretores de seguros do estado. Ao todo, quase mil corretores associados participaram da pesquisa, avaliando cerca de 6 mil avaliações de 35 seguradoras, onde cada corretor podia pontuar até oito empresas em sete critérios que vão desde coberturas acessórias e atendimento comercial até processos de inovação, comissionamento, agilidade nas cotações, emissão de seguros novos e renovações, e rapidez no pagamento de indenizações.
O estudo, realizado no período de junho e julho, integra a série de levantamentos do Sistema de Informações Consolidadas e tem como objetivo medir a qualidade dos serviços prestados pelas seguradoras no ramo automóvel, considerado o principal segmento das corretoras e responsável por 50% a 60% do faturamento dessas companhias. “Essa pesquisa veio para melhorar o corretor de seguros”, afirmou o economista Francisco Galiza, responsável pelo levantamento. Ele citou que o estudo não se propõe a analisar indicadores econômicos, atuariais ou de solvência, mas sim a qualidade do serviço prestado pelas seguradoras aos corretores.
O presidente do Sincor-SP, Boris Ber, pontuou a relevância do estudo. “O Panorama é uma das entregas mais relevantes já realizadas pelo Sindicato, oferecendo dados estratégicos para corretores e seguradoras, permitindo aprimorar serviços e fortalecer a relação entre esses agentes”. Simone Favaro, vice-presidente da entidade, acrescentou: “a gente entende que hoje a competitividade está muito grande em relação ao seguro novo. Temos um atuário que faz a cotação dentro das seguradoras e depois vêm aqueles famosos descontos ilimitados para os corretores. Isso faz com que se perca a noção de negociação, achatando o processo”. Ela ainda lembrou: “Na renovação, precisamos simplificar. Hoje, as corretoras têm um volume gigantesco de funcionários trabalhando nas renovações. Se houvesse um processo mais automatizado, isso ajudaria muito o corretor e permitiria ampliar a carteira em outros ramos”.
Segundo Galiza, o levantamento se baseou em sete perguntas fundamentais: avaliação de coberturas acessórias, atendimento comercial, adequação do processo de renovação, comissionamento, agilidade nas cotações, eficiência na emissão de seguros novos e renovações, e rapidez no pagamento de indenizações. “Esses critérios permitem medir a percepção das corretoras sobre os serviços, fornecendo uma visão estratégica de melhoria contínua”, disse. O estudo revelou que, em média, o mercado recebe avaliações positivas, especialmente na emissão de seguros novos e na renovação de apólices, enquanto o pagamento de sinistros apresentou cerca de 18% de respostas “regulares”, indicando espaço para evolução.
Um das novidades apresentadas esse ano pelo estudo foi o indicador de penetração das seguradoras nas carteiras dos corretores, considerado mais estratégico que o faturamento imediato, pois permite planejamento de crescimento. “Uma seguradora que aparece em 20% das carteiras pode projetar aumentar para 30% nos próximos anos. Esse número mostra a presença real no mercado e serve como referência para expansão”, explicou Galiza. O levantamento apontou que a Porto lidera com 88,2% das citações, seguida pela Tokio Marine Seguradora (82,6%) e Allianz Seguros (78,9%). Entre as menores penetrações, aparecem Justos (2,4%), Akad (2,8%) e Darwin (3,7%). “Esses números não apenas refletem a presença de cada empresa, mas indicam oportunidades claras de crescimento e aprimoramento de relacionamento com os corretores”, completou Galiza.
O economista contextualizou o PMC Auto dentro de uma série de cinco estudos do Sistema 5O, incluindo o Banco das Seguradoras, o Avatec (focado em autoavaliação tecnológica das corretoras), o estudo Oportunidades e Crossell (sobre venda cruzada) e o PECS, que analisa o perfil econômico-social das corretoras. “Cada pesquisa contribui para uma visão mais ampla do mercado, permitindo que corretoras e seguradoras planejem expansão, inovação tecnológica e melhorias operacionais”, explicou.
O PMC Auto, porém, é apenas o começo, “A grande melhora virá quando analisarmos os outros ramos”, referiu-se Galiza à necessidade de estudos também voltados aos segmentos de Vida, Transportes, Residencial e Empresarial, que serão avaliados com a mesma metodologia de serviços e penetração de mercado. “O mercado é dinâmico e mudanças estruturais podem ocorrer rapidamente, seja com novos players ou alterações nos portfólios e carteiras das corretoras. O levantamento serve como prestação de serviço às seguradoras, beneficiando diretamente corretores e consumidores”, concluiu.
Nicholas Godoy, de São Paulo.